Do sofá para a pista: crônicas de um ex-sedentário convicto
Lucas Mota é repórter de Esportes de O POVO. Estudou jornalismo na Universidade 7 de Setembro e na Universidad de Málaga (UMA). Ganhou o Prêmio CDL de Comunicação na categoria Webjornalismo e o Prêmio Gandhi de Comunicação na categoria Jornalismo Impresso, e ficou em 2º lugar no Prêmio Nacional de Jornalismo Rui Bianchi
Do sofá para a pista: crônicas de um ex-sedentário convicto
Eu era um campeão nato do sedentarismo, com troféu e tudo. Quando ninguém mais me chamava para qualquer programação esportiva, não sei bem o que aconteceu, mas me veio a vontade de me matricular numa academia
Saia do sedentarismo só se quiser. Obrigado ninguém faz nada. Não adianta encher a cabeça de alguém falando sobre os benefícios, incentivando a ir praticar um esporte ou se matricular numa academia. O convite insistente do amigo fitness só gera resistência, certo?
Tem de partir de cada um. Não adianta: pressão para se exercitar só dá vontade de ficar quieto, assistindo à próxima série de um streaming com um pacote de pipoca.
Discursos motivacionais tem aos montes por aí. Dentro da sua própria casa, no bar com os amigos ou na simples rolagem no Instagram. Quanto mais você ouve "convocações" para deixar de ser sedentário, mais você quer ser sedentário.
Força de vontade. Isso eu concordo com os "coachs" do "movimente-se já". Se não vier de dentro, esquece. Nem passe perto de uma academia se você estiver indo obrigado. Vai ser pior.
Quando decidir que quer cuidar da saúde, decida por você, não para agradar quem te enche o saco.
Eu era um campeão nato do sedentarismo, com troféu e tudo. Quando meu filho nasceu, larguei qualquer esporte ou coisa que envolvesse tênis de academia. E assim, até quando meu irmão, o crossfiteiro, insistia para eu visitar o “box”, a vontade de não ir crescia. Tive até um relacionamento saudável, com alguém superfitness, mas eu? Eu só mantive distância segura desse universo.
Eu tinha até alergia quando ouvia a palavra academia. Até então, eu havia tentado algumas vezes. Em todas, a experiência foi decepcionante. Odiei.
Quando ninguém mais me chamava para qualquer programação esportiva, não sei bem o que aconteceu, mas me veio a vontade de me matricular numa academia.
E assim, de supetão, passei a frequentar aquele ambiente de certo modo desafiador, onde a vaidade exala e o reflexo do espelho é um Deus.
Logo eu estava na internet comprando uma bolsa para o treino, encomendando suplementos e comendo a famosa “alimentação saudável”.
Ah, sou fumante, tá? Pois é, estou tentando parar. Sei que parece contradição, mas se tem algo que aprendi é que a vida fitness pode surpreender.
Há seis meses, religiosamente, de segunda a sábado, estou dentro da academia. E virou prazeroso adequar a rotina aos exercícios. Tudo melhorou. O que parecia impossível virou realidade. Difícil confessar, mas eu gosto de ir.
E amanhã participarei da minha primeira corrida. Cinco quilômetros no Circuito Assaí, etapa Fortaleza. Foi um mês de preparação. Não vou parar aí, certamente.
E, depois da linha de chegada, sabe onde vou? Diretamente ao bar mais próximo, brindar com um chope gelado.
Minha dica? Só levante do sofá se isso realmente te der vontade. Senão, aproveite a maratona... de séries!
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