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Dos primeiros passos ao chope das 7h: minha estreia em corrida de 5km
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Lucas Mota é repórter de Esportes de O POVO. Estudou jornalismo na Universidade 7 de Setembro e na Universidad de Málaga (UMA). Ganhou o Prêmio CDL de Comunicação na categoria Webjornalismo e o Prêmio Gandhi de Comunicação na categoria Jornalismo Impresso, e ficou em 2º lugar no Prêmio Nacional de Jornalismo Rui Bianchi

Lucas Mota esportes

Dos primeiros passos ao chope das 7h: minha estreia em corrida de 5km

Espremido no mar de corredores, a adrenalina começava a preencher meu corpo. Sei lá quando foi a última vez que tinha sentido isso por participar de uma competição
Tipo Crônica
Registro da primeira corrida de Lucas Mota, na Beira Mar (Foto: Arquivo pessoal)
Foto: Arquivo pessoal Registro da primeira corrida de Lucas Mota, na Beira Mar

Cruzei a linha de chegada e segui mais um pouco. Parei no primeiro quiosque aberto naquele horário. Sentei como quem venceu uma maratona. "Moça, me traga um chope bem gelado, por favor". Ela me olhou de um jeito estranho e explicou que só tinha long neck. Que seja, então. Era mais cafeteria do que bar mesmo.

O relógio ainda marcava 7 horas da manhã em plena Beira Mar de Fortaleza. O sol já ganhava o céu. Estava um pouco desorientado depois de concluir a minha primeira corrida de rua. Finalizei a prova de 5 quilômetros em 26 minutos, com um pace de 5min21s. Para quem ainda está se acostumando com esse negócio de correr, até que fui bem.

A tal da dopamina, sobre a qual você lê nas legendas dos "marombeiros", deve ter dado as caras. Euforia e adrenalina a mil.

Meu alarme tocou às 4 horas da manhã. Nem os galos tinham despertado. Levantei num pulo e, em outro pulo, já estava pronto. No espigão da Rui Barbosa, encontrei uma multidão azul, todos ali no mesmo clima, a minutos das 6 horas, quando seria dada a largada. Deu tempo de aquecer e tomar um café quente.

Espremido no mar de corredores, a adrenalina começava a preencher meu corpo. Sei lá quando foi a última vez que tinha sentido isso por participar de uma competição.

Nos primeiros passos, já perdi o meu amigo Felipe de vista. E passei a corrida inteira procurando. Na reta final, fiquei a todo momento esperando ele sair de algum lugar para cruzarmos juntos. Na resenha antes da prova, ele disse que ia me esperar.

Eu acabei deixando Felipe para trás. No primeiro quilômetro, o tanque estava cheio. Corri como uma criança. No segundo, me senti o próprio Vanderlei Cordeiro, flutuando.

No terceiro quilômetro, veio uma ladeirinha. Uma surpresa indigesta na prova. Fui na marcha lenta. Ali eu voltei a ser o Lucas que conheço bem. No quarto, uma descida no meio do trajeto para compensar o fôlego que se esvaziava.

No último quilômetro eu já podia ver a linha de chegada. Durante todo o trajeto, meu fone de ouvido tocou a trilha da minha corrida, escolhida enquanto me deslocava de casa para o local da prova. "Não podia completar meus primeiros cinco quilômetros com qualquer música", pensei.

Foi no embalo de "Sympathy for the Devil", dos Rolling Stones, com Mick Jagger rasgando no vocal, que cruzei a linha. E dali fui comemorar no primeiro quiosque. Que venham os próximos quilômetros.

Foto do Lucas Mota

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