Acesso pode coroar resiliência do Ceará em temporada marcada por turbulências extracampo
Lucas Mota é repórter de Esportes de O POVO. Estudou jornalismo na Universidade 7 de Setembro e na Universidad de Málaga (UMA). Ganhou o Prêmio CDL de Comunicação na categoria Webjornalismo e o Prêmio Gandhi de Comunicação na categoria Jornalismo Impresso, e ficou em 2º lugar no Prêmio Nacional de Jornalismo Rui Bianchi
Acesso pode coroar resiliência do Ceará em temporada marcada por turbulências extracampo
A agremiação de Porangabuçu encarou períodos complicadíssimos. Desde o início do ano, o Vovô se viu no meio de um furacão de problemas
A torcida alvinegra vai ter um sábado longo. Antes das 23 horas, o torcedor do Vozão não dorme. Todas as atenções estarão voltadas para Campinas (SP), com o "secador" ligado na potência máxima, claro, esperando um tropeço do Sport contra a Ponte Preta. A conta é simples. E a primeira parte da equação para que o Ceará alcance o acesso na segunda-feira, 18, começa com a derrota do Rubro-Negro pernambucano no interior de São Paulo.
Caso isso aconteça, o Vovô ficará a uma vitória da Série A. O acesso coroaria a persistência de um time que enfrentou inúmeros problemas ao longo da temporada. Entre eles, instabilidades financeira e política, que já levaram muitos clubes a ficarem pelo caminho.
A agremiação de Porangabuçu encarou períodos complicadíssimos. Desde o início do ano, o Vovô se viu no meio de um verdadeiro furacão de problemas. O mais emblemático, sem dúvida, foi o caso Barletta. O jogador alegou atrasos salariais, acionou a Justiça e deixou o clube. Ironicamente, foi parar no Sport, que agora pode perder a vaga para a Série A justamente para o escrete cearense.
Não só Barletta, mas outros atletas também recorreram à Justiça contra o Ceará. Some-se a esse coquetel de dificuldades outras dívidas, como atrasos em pagamentos a clubes por transferências de jogadores. Resultado: três transfer bans. Sim, pode pedir música no Fantástico.
Uma das punições veio de um atraso no pagamento pela compra de Wescley (é o novo...) ao Vissel Kobe, em uma transação de 2019.
Internamente, o clube também enfrentou águas turbulentas em 2024. A disputa política ferrenha entre situação e oposição gerou desgastes e deixou cicatrizes. Difícil esquecer o show de horrores da primeira votação para tentar — sem sucesso — aprovar o novo estatuto do Ceará.
Pois bem, esse tipo de cenário não costuma ser a realidade de clubes que estão na briga pelo acesso. Volto a dizer: se o Vovô está próximo de retornar à primeira divisão do futebol brasileiro, é graças à persistência.
Mesmo imersos em problemas, a diretoria, o elenco e a comissão técnica não abandonaram o sonho de ascender à elite do futebol nacional. Foi preciso uma correção de rota no meio do caminho, com a demissão de Vágner Mancini, que havia garantido um importante Estadual e impedido o Fortaleza de alcançar o inédito hexa, e a chegada de Léo Condé.
Não houve sorte, mas trabalho. Apesar das falhas em momentos chaves quando o G-4 era quase palpável, o time não deitou na lamentação. Precisou de mais doação em campo, organização e comprometimento. E assim foi feito.
O Ceará fez a sua parte na reta final da Série B. Aproveitou os deslizes do Sport na “hora H” e aproveitou a chance.
O protagonista da última rodada foi emblemático: Saulo Mineiro. Três gols e uma assistência, goleada sobre o Botafogo-SP e G-4 garantido. O atacante viveu altos e baixos, e encarou críticas da torcida — nem todas justas. Mas não se abateu, e apareceu no jogo mais decisivo da temporada até então.
Ôpa! Tenho mais informações pra você. Acesse minha página
e clique no sino para receber notificações.
Esse conteúdo é de acesso exclusivo aos assinantes do OP+
Filmes, documentários, clube de descontos, reportagens, colunistas, jornal e muito mais
Conteúdo exclusivo para assinantes do OPOVO+. Já é assinante?
Entrar.
Estamos disponibilizando gratuitamente um conteúdo de acesso exclusivo de assinantes. Para mais colunas, vídeos e reportagens especiais como essas assine OPOVO +.