Júnior Santos: o atacante que não serviu para o Fortaleza e foi artilheiro da Libertadores
Lucas Mota é editor-chefe de Esportes do O POVO e da rádio O POVO CBN. Estudou jornalismo na Universidade 7 de Setembro e na Universidad de Málaga (UMA). Ganhou o Prêmio CDL de Comunicação na categoria Webjornalismo e o Prêmio Gandhi de Comunicação na categoria Jornalismo Impresso, e ficou em 2º lugar no Prêmio Nacional de Jornalismo Rui Bianchi
Júnior Santos: o atacante que não serviu para o Fortaleza e foi artilheiro da Libertadores
A consagração na maior competição do continente parecia improvável para quem, um ano antes, era alvo de críticas pesadas por parte da torcida do Fortaleza
O relógio marcava os acréscimos do segundo tempo da final da Libertadores de 2024, no Monumental de Núñez, em Buenos Aires. Foi então que Júnior Santos, com sua mistura de explosão física e habilidade, invadiu a área do Atlético-MG para marcar o gol do título inédito do Botafogo.
No Botafogo, porém, o baiano de Conceição de Jacuípe encontrou respaldo. E correspondeu: além de campeão, Júnior Santos encerrou a Libertadores como artilheiro, com dez gols.
Restando dois jogos do Brasileirão para o Botafogo colocar um ponto final na temporada 2024, com grande chance de confirmar o título nacional, o atacante terminará o ano como o principal goleador do elenco do alvinegro carioca — está com 20 atualmente, acima até de Igor Jesus, que tem sido titular da seleção brasileira.
Júnior Santos viveu, de fato, duas histórias diferentes com a camisa do Fortaleza. Em 2019, foi protagonista no primeiro tiro da temporada. Artilheiro da Copa do Nordeste, campeão da competição e um dos destaques da equipe, saiu valorizado para o futebol japonês. Após passagens pelo Kashiwa Reysol, Yokohama Marinos e Sanfrecce Hiroshima, regressou ao Brasil em 2022, emprestado ao Botafogo, onde sua trajetória de ascensão culminou no retorno ao Fortaleza em 2023.
Mas o segundo ato no Leão careceu de brilho. Desde a contratação, parte da torcida tricolor demonstrou insatisfação. O retorno de Júnior Santos gerou um misto de desconfiança e incredulidade, com muitos questionando se ele estava à altura dos desafios que o Fortaleza enfrentava. Dentro de campo, o atacante não conseguiu repetir a eficiência de 2019, teve um início discreto e acabou perdendo espaço no elenco de Vojvoda antes de ter tempo de reverter as críticas.
Sob o comando do técnico português Arthur Jorge, no Botafogo, Júnior recuperou confiança e o futebol que o levou ao topo do continente. Em 2024, é impossível contar a história do título botafoguense sem mencionar o atacante, que selou a campanha histórica com a marca do artilheiro decisivo.
O episódio deixa uma reflexão: até onde vai a paciência de uma torcida para ver um jogador render? Em Fortaleza, faltou tempo e empatia. No Botafogo, sobraram confiança e um sistema que potencializou suas qualidades.
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