Quando a tecnologia atrapalha: o escândalo do VAR em Sport x Fortaleza
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Lucas Mota é editor-chefe de Esportes do O POVO e da rádio O POVO CBN. Estudou jornalismo na Universidade 7 de Setembro e na Universidad de Málaga (UMA). Ganhou o Prêmio CDL de Comunicação na categoria Webjornalismo e o Prêmio Gandhi de Comunicação na categoria Jornalismo Impresso, e ficou em 2º lugar no Prêmio Nacional de Jornalismo Rui Bianchi
Quando a tecnologia atrapalha: o escândalo do VAR em Sport x Fortaleza
É gravíssimo — e assustador — constatar que um duelo do principal produto do futebol nacional não tenha a estrutura mínima para decisões de arbitragem com auxílio do VAR
Foto: CBF/VAR/REPRODUÇÃO
Árbitro Matheus Candançan anulou gol do Fortaleza por avaliar lance como inconclusivo
Escandaloso.
Esta é a melhor palavra para descrever o que aconteceu no Recife, na partida entre Sport e Fortaleza. O gol não validado do Tricolor do Pici na reta final do jogo revela várias camadas sobre o atual momento da arbitragem brasileira.
É gravíssimo — e assustador — constatar que um duelo do principal produto do futebol nacional não tenha a estrutura mínima para decisões de arbitragem com auxílio do VAR. Como um lance como o chute de Pikachu, em que a bola aparentemente entrou muito, deixa de ser validado porque as imagens geradas ao VAR são de péssima qualidade?
A conversa entre a cabine do VAR, comandada por Rodolpho Toski, e o árbitro de campo, Matheus Candançan, é constrangedora. Vou te contar alguns trechos.
Durante os 8 minutos de paralisação, Candançan tenta acalmar os jogadores, explicando que estão checando a imagem da "goal line" — que fica em cima da linha — além de outras câmeras. Em resumo, é como se dissesse aos jogadores: não se preocupem, está tudo sob controle. Se a bola tiver realmente passado da linha, as câmeras vão mostrar.
Só que não.
Em um dos momentos, um dos membros do VAR solta a seguinte frase: "Quanto mais zoom, mais borrado vai ficar!". Inacreditável.
O clima dentro da cabine vira uma bagunça. Toski não teve coragem de tomar uma posição. Disse que não conseguia ver claramente. Outros dois membros da equipe achavam que a bola tinha entrado.
Na indecisão de Toski, ele chama Candançan para revisar no monitor. O árbitro de campo também não consegue ter certeza pelas imagens disponíveis — e, por considerar o lance "inconclusivo", opta por não validar o gol.
Resumindo: mais grave do que um possível erro claro da arbitragem, é saber que o conceito de "jogo justo" no Brasileirão está completamente em xeque pela falta de equipamentos de qualidade mínima. E ainda somamos a isso a péssima condução da arbitragem brasileira, que já conhecemos tão bem.
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