Âncora e coordenador de Jornalismo da rádio O POVO CBN Cariri Já foi repórter da rádio O POVO CBN Cariri, em Juazeiro do Norte, e da rádio O POVO CBN, em Fortaleza. Atuou também no jornal O POVO, nas editorias de Cidades e Política. Atualmente, também é colaborador da editoria de Veículos do portal O POVO. Formado na Universidade Federal do Cariri (UFCA)
.O entrave é a política. Diretor e secretário estiveram em palanques opostos nas eleições passadas. Não deveria ser motivo para a interdição da relação institucional entre os dois, mas no jogo político nem sempre prevalece o espírito republicano
Foto: Arquivo Pessoal
Luciano Cesário. Coordenador de Jornalismo da rádio O POVO CBN Cariri.
O Hospital Regional do Cariri (HRC), maior unidade de Saúde do Sul cearense, está no centro de uma guerra de narrativas que opõe o diretor do hospital, Giovanni Sampaio, e o secretário de Saúde de Juazeiro do Norte, Yago Nunes. O motivo é a superlotação nos leitos de UTI e enfermaria. Em novembro, a ocupação atingiu 98% da capacidade.
Sampaio, também vice-prefeito de Juazeiro, culpa a gestão Glêdson Bezerra (Podemos), de quem é rompido politicamente, pela sobrecarga de atendimentos no HRC. O principal argumento é de que um número cada vez maior de juazeirenses procuram a emergência do hospital devido a suposta falta de assistência do Município nos casos de baixa e média complexidade.
O secretário, em entrevista à rádio O POVO CBN Cariri, rebateu a fala do diretor classificando as declarações de Sampaio como “infelizes”. Nunes afirmou que as duas UPAs mantidas pela Secretaria de Saúde do Município realizam mais de 200 mil atendimentos mensais. Negou que Juazeiro esteja sobrecarregando o HRC e apontou como uma obrigação do hospital atender qualquer paciente que procure a emergência.
O componente político em ambas as falas contamina a discussão racional do problema. Nesse duelo de versões, perde o cidadão comum, a quem pouco interessa saber de quem é a culpa por uma eventual indisponibilidade de leito hospitalar quando numa emergência de saúde. Ao paciente importa tão somente a garantia da assistência médica assegurada como direito na Constituição Federal.
Se parte da demanda que chega ao HRC poderia ser atendida nas UPAs, há um descompasso no fluxo de atendimento, o que requer trabalho conjunto da Secretaria de Saúde com o hospital para otimizar os processos e facilitar o compartilhamento da demanda. Sem diálogo entre as partes, não há caminho para solucionar a questão.
O entrave é a política. Diretor e secretário estiveram em palanques opostos nas eleições passadas. Não deveria ser motivo para a interdição da relação institucional entre os dois, mas no jogo político nem sempre prevalece o espírito republicano.
A continuar o impasse, cabe ao Ministério Público do Ceará cobrar explicações a ambos os gestores, entender o grau de responsabilidade deles no problema e evitar que o quadro de superlotação comprometa o socorro médico a quem mais precisa.
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