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Luciano Cesário: No jogo do crime, o tigrinho solta a carta
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Âncora e coordenador de Jornalismo da rádio O POVO CBN Cariri Já foi repórter da rádio O POVO CBN Cariri, em Juazeiro do Norte, e da rádio O POVO CBN, em Fortaleza. Atuou também no jornal O POVO, nas editorias de Cidades e Política. Atualmente, também é colaborador da editoria de Veículos do portal O POVO. Formado na Universidade Federal do Cariri (UFCA)

Luciano Cesário: No jogo do crime, o tigrinho solta a carta

Depois de fazer fortuna com o tigrinho, chegou o momento de 11 influenciadores digitais da região do Cariri acertarem as contas com o Leão. Eles precisam provar a origem de milhões de reais ocultados da Receita Federal
Jogo do Tigrinho: a polêmica das apostas online (Foto: PG Soft/Reprodução)
Foto: PG Soft/Reprodução Jogo do Tigrinho: a polêmica das apostas online

Quem acredita que o "tigrinho" solta a carta para mudar de vida enfrenta pesadelos. A promessa de dinheiro fácil é a porta de entrada para o vício e o endividamento. O sonho, na verdade, alimenta a vida de luxo daqueles que dão as cartas no jogo do crime. Os tais (des)influenciadores digitais.

Em suas redes (vazias), eles “entregam tudo” para arrancar grana de quem aposta até os últimos centavos em plataformas de cassino online. O dinheiro suado dos seguidores vai para os cofres de charlatões do outro lado do mundo, principalmente na China, e volta sujo em forma de comissão para os “blogueirinhos” que fazem do estelionato a maior fonte de renda.

Esse é o modus operandi que levou ao azar quem tinha a certeza da impunidade. Quem acreditava estar acima da lei e blindado pelo dinheiro. Quem debochava das vítimas como batia em cachorro morto. Quem apostava no crime. Estes, a esta hora, é que vivem pesadelos.

Depois de fazer fortuna com o tigrinho, chegou o momento de 11 influenciadores digitais da região do Cariri acertarem as contas com o Leão. Eles precisam provar a origem de milhões de reais ocultados da Receita Federal. Terão a oportunidade de fazê-lo na Justiça, já que foram indiciados por uma penca de crimes em inquérito conduzido pela Polícia Civil do Ceará.

Vão responder por lavagem de dinheiro, estelionato, crime contra o consumidor e a economia popular e por integrar organização criminosa. Três dos indiciados são de Juazeiro do Norte e foram presos em operação policial no dia 20 de março. Duas mulheres cumprem medidas cautelares e um homem continua na cadeia.

Os demais envolvidos passam noites em claro sem saber quem será o próximo alvo. Eles hoje vivem um pouco da angústia e do desgaste psicológico a que submeteram seus seguidores que foram ludibriados por promessas de ganhos fictícios. É a lei do retorno, na expressão popular.

A atuação firme dos investigadores da Polícia Civil cearense levou ao choro quem antes fazia chacota das vítimas. O trabalho exemplar inaugura um tempo em que rede social deixa de ser terra sem lei para os espertalhões do crime. Concomitantemente, serve de alerta aos que se deixam influenciar por sujeitos pobres de tudo aquilo que dinheiro sujo do tigrinho não compra.

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