
Lúcio Brasileiro é memória viva da sociedade fortalezense. Mantém coluna diária no O POVO e programa na Rádio O POVO CBN. É apontado como o jornalista diário mais antigo do mundo.
Lúcio Brasileiro é memória viva da sociedade fortalezense. Mantém coluna diária no O POVO e programa na Rádio O POVO CBN. É apontado como o jornalista diário mais antigo do mundo.
De José Maria Bonfim, episódio envolvendo o grande Paulo Marcelo Martins Rodrigues, citado pelo padre Alberto Castelo, que morava em São Paulo na época:
Quando já estava internado, na expectativa se ia ou não ser operado, a família achou por bem convencer a Cláudia, sua mulher, que estava muito estressada, a voltar para Fortaleza. Porém, ela não aguentou ficar mais do que três dias longe de Marcelo, e resolveu viajar ao seu encontro.
Quando ele soube, ficou muito emocionado, e resolveu, com risco de vida, preparar-lhe uma surpresa. Levantou-se do leito, declarando à vigilância hospitalar que precisava rezar na capela do hospital. Saiu pela porta do fundo, tomou um táxi e se dirigiu a uma loja de flores, para pegar um buquê pra sua amada, sendo uma maneira de mostrar a ela seu carinho e sua gratidão.
Dr Zerbini dizia que o coração só é mole nas poesias, afirmando que nunca entendera por que sempre localizaram a face sentimental do indivíduo no coração, que é um órgão extraordinariamente bruto... tendo de bater 80 vezes por minuto, é o primeiro que nasce e o último que morre. Que se qualquer sobrecarga, emocional ou física, atacar seu coração, o cidadão teria a vida muito curta. (De Paulo Lemos, em O Coração Pela Vida).
Carlos Roberto Martins Rodrigues, seu filho mais velho, grande médico em Fortaleza, ainda acadêmico na morte do pai, assim se expressou: Era sincero, carinhoso como pai, amigo e companheiro como esposo, irmão, filho, sobrinho, tio e primo queridos. Amou sua família e compreendia ser esta a continuação da obra divina, tanto por ele perseguida.
Régis Jucá, outra luz, dividiu a medicina clínica do Ceará antes e depois de Paulo Marcelo: Ele veio para ficar. Marcou-nos a todos. Fui seu aluno, seu interno, seu colega, seu cliente, seu amigo e, ultimamente, seu médico. Por uma dessas ironias do destino, tombou nos meus braços. Enfrentou a morte como os grandes heróis: De pé. Sem vendas nos olhos, peito arfando e roto, mas erguido, com a alma limpa e a mente clara. Nunca a temeu. Dela tirou de suas garras tantos pacientes. Que aprendeu a não temê-la. No último minuto, quando o coração, tão maltratado, fraquejou, pediu para que não lhe fizessem personagem de qualquer medida heroica. Dói-me muito vê-lo sendo tirado do combate. Foi-se um pouco do meu orgulho e satisfação de ser médico. Eu o tinha como exemplo. Seguia-lhe o caminho, porém, sem nunca poder alcançá-lo. Corria demais. Era imbatível.
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