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O'Grady, Dantas por mãe potiguar
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Lúcio Brasileiro é memória viva da sociedade fortalezense. Mantém coluna diária no O POVO e programa na Rádio O POVO CBN. É apontado como o jornalista diário mais antigo do mundo.

Lúcio Brasileiro comportamento

O'Grady, Dantas por mãe potiguar

Fragmentos de memória compartilhadas com Paulo O'Grady
PAULO, amigo da primeira tecla (Foto: acervo pessoal)
Foto: acervo pessoal PAULO, amigo da primeira tecla

Quando fui reverenciado pelo Rotary Palace, no leste superior do Ideal, presidente Tarcísio Porto designou Paulo O'Grady para a saudação, e o que disse, se valendo de um passado distante, muito me tocou.

Por exemplo, quando a diretoria do Maguari impôs a linha dura, e, num dos domingos, não valeu o "boa noite, 'seu' Manel", refrão que a moçada usava para entrar nas tertúlias.

Paulinho me divisou na calçada e fez um aceno, na frente do porteiro, para que eu ingressasse no Clube dos Príncipes.

Meses depois, quando do nascimento do primeiro filho, Jaqueline, fui com fotógrafo de O Jornal cobrir a chegada da guria, na residência fronteiriça ao Country, pela Barão de Studart.

Nunca esqueci o modo como Paulo me recebeu, proclamando: Esta casa é tão sua quanto minha.

As colunas da época, talvez menos a minha, noticiavam com profusão que o O'Grady em questão, estudante de Engenharia nos States, estaria in love com garota da alta sociedade de São Francisco, na Califórnia, história jamais confirmada.

O certo é que logo mais ele voltava, trazendo, talvez, o primeiro ar-condicionado do Ceará.

Eu era amigo recente de uma das moças mais cotadas, Lurdinha Pontes, que havia sido candidata a Miss Ideal, e não levou, mas, dias depois, disputou e ganhou, para Miss Diários, porém, não concorreu com Emília Corrêa, no desfile final de Miss Ceará.

Aí apareceu uma cidadã que não era tão bela quanto Lurdes, todavia, tinha predicados.

Paulo demonstrou interesse, entretanto, numa festa dada pelos irmãos Ossian e Márcio Aguiar, em casa dos pais, dr Ossian e Helena, quando Lurdes chegou, soube que Sônia (a concorrente) ali se encontrava.

Imediatamente, deu um alô pras pessoas, e se mandou, e muitos consideraram que essa atitude amarrou Paulo definitivamente.

Certo é que ela ganhou a parada, e o casamento se realizou no Natal desse ano, 1956.

Tivemos vários lances juntos, inclusive uma viagem louca, promovida pelo deputado Ernesto Valente, para Aracati, utilizando as ondas do Rio Jaguaribe.

Tiveram outros filhos, incluindo o que levou o nome do pai e, outro, o do avô, o irlandês Omar O'Grady.

Para quem, usando meu amigo deputado Aquiles Peres Mota, consegui a Cidadania Cearense, que foi seguida de uma recepção que Paulo e Lurdes ofereceram, e à qual compareci, claro que prazerosamente.

Aliás, Omar O'Grady era chamado de Mestre, pela perícia com que praticava o bidu, que era o jogo que tinha sido do clube dos ingleses.

No Rio, participei de um jantar oferecido pelo dr Omar e dona Leonor, no apartamento que mantinham próximo ao Copacabana Palace, porém, Lurdinha e Paulo não estavam.

O casal foi um dos meus convidados para um Pré-Réveillon na Torre do Iracema, antes do baile tradicional do Ideal.

 

Foto do Lúcio Brasileiro

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