
Magela Lima é jornalista e professor do Centro Universitário 7 de Setembro, doutor em Artes Cênicas pela Universidade Federal da Bahia
Magela Lima é jornalista e professor do Centro Universitário 7 de Setembro, doutor em Artes Cênicas pela Universidade Federal da Bahia
Dia 27 próximo, nasce uma garotinha com nome de senhora. A Academia Cearense de Teatro inaugura suas atividades como mais uma voz coletiva na defesa da preservação do passado, na articulação e reflexão do presente e no sonho de um futuro fértil para o pensamento e a criação dos nossos artistas da cena. Nomes com Humberto Cunha e Carri Costa, Jane Azeredo e Rejane Reinaldo, Fernanda Quinderé e Ricardo Guilherme, somam-se a outros 44 primeiros imortais com o desafio de consolidar a entidade, que surge tarde, considerado o pioneirismo do Ceará em associações do gênero.
A nossa Academia Cearense, hoje Academia Cearense de Letras, de 1894, a exemplo, é a instituição literária mais antiga do Brasil, se antecipando, inclusive, à fundação da Academia Brasileira de Letras. Sob a liderança do veterano Marcelo Costa, a estreante Academia Cearense de Teatro tem pretensões modestas, mas, como ponto de encontro e interlocução de gerações e perfis os mais distintos, pode repercutir em diferentes setores. Da reflexão ao fomento, da poética aos mecanismos de salvaguarda, a agremiação tem muito a contribuir, sobretudo diante do histórico importante de ouros coletivos ligados a nossa produção teatral.
A entidade entra em cena num momento em que o panorama teatral cearense, apesar das dificuldades regulares de produção e financiamento, é marcado por uma pujança e uma capilaridade sem precedentes. O Ceará conta hoje com cursos de formação em nível superior funcionamento na capital e no interior, o que tem se refletido nos movimentos de criação. É evidente uma renovação poética e geracional nos nossos palcos, cada vez mais conectada com o circuito nacional e internacional. É resiliente o teatro do Ceará.
Espaço plural, por excelência, a Academia Cearense de Teatro agrega atores, tempos e lugares tão diversos quanto o próprio teatro. Técnicos, artistas e pesquisadores, todos, diga-se, também público, têm agora o desafio de estar junto, permanecer junto e produzir junto. Há muito a ser feito, particularmente na seara da memória, objeto raro e de luxo nos últimos tempos. Nosso teatro tem um passado lindo, que precisa e merece ser avivado. Eu estarei lá, de posse da cadeira de número 40, em reverência ao eterno José Carlos Matos. Que chegue e diga a que veio a Academia Cearense de Teatro. n
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