Magela Lima é jornalista e professor do Centro Universitário 7 de Setembro, doutor em Artes Cênicas pela Universidade Federal da Bahia
Magela Lima é jornalista e professor do Centro Universitário 7 de Setembro, doutor em Artes Cênicas pela Universidade Federal da Bahia
Porque sim. Porque eu quis. Na democracia, respostas assim já são mais do que suficientes. A agonia do último pleito aqui em Fortaleza, no entanto, cobra sensatez e uma conclusão um tanto mais elaborada. Votar em Evandro era única possibilidade de vislumbrar um cenário regular e previsível no trato com as políticas públicas. Evandro não vai inventar a roda nem, muito menos, reivindicar um quadrado para o seu lugar. O governo Evandro vai avançar, retroceder e estagnar num quadro de estabilidade, sem maiores traumas a quem, de fato, precisa da Prefeitura. Nada vai sair do seu devido lugar.
Não há no grupo político que sustenta a eleição do novo prefeito nenhuma sanha revisionista. Evandro é da política e chegou onde chegou porque soube lidar com a política. A partir de janeiro, independentemente de quem ele indique para ocupar os principais postos, a cidade não vai viver um sobressalto. Ninguém conte com uma Secretaria da Educação interessada em teses morais, uma Secretaria da Cultura promovendo censura a artistas ou uma Secretaria do Meio ambiente perseguindo ambientalistas. Com Evandro, nada vai sair do seu devido lugar. O projeto adversário seria um espelho do que vivemos e morremos entre 2019 e 2022 em âmbito nacional. Imagina o quanto de energia economizamos sem a imposição de municipalizar a discussão sobre o aborto, por exemplo! Esse tipo de falso debate só interessa a quem não sabe o endereço do posto de saúde mais perto de casa. Fortaleza tem urgências que se enfrentam no aprimoramento das políticas públicas e isso não é possível no improviso. Em parte, Evandro ganhou por sinalizar um horizonte de garantias ao que a cidade experimentou e precisa agora aperfeiçoar ou potencializar. Nem tudo precisa começar do zero. Fortaleza, vale lembrar, caminha para os seus 300 anos.
Há quem diga que a disputa contra a extrema direita tenha sido calculada. Como quase deu errado, espero que os estrategistas tenham entendido o recado. O futuro da cidade é coisa muito séria. Não dá para arriscar. É no município onde a vida, com suas dores e alegrias, acontece. Romper com determinadas políticas por enfretamento ou birra seria um prejuízo estrondoso. Evandro, mesmo que não assuma esse lugar, representa uma feliz continuidade. Às vezes, é bom navegar na calmaria. Estamos precisados.
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