
Magela Lima é jornalista e professor do Centro Universitário 7 de Setembro (Uni7), doutor em Artes Cênicas pela Universidade Federal da Bahia (UFBA)
Magela Lima é jornalista e professor do Centro Universitário 7 de Setembro (Uni7), doutor em Artes Cênicas pela Universidade Federal da Bahia (UFBA)
Eleito com 56% dos votos em 2020 e reconduzido à Prefeitura do Recife quatro anos mais tarde com aprovação de mais de 78% do eleitorado, João Campos é mesmo um fenômeno de popularidade. De perto, a relação dos recifenses e até mesmo de moradores de outras cidades de Pernambuco com o herdeiro político de Miguel Arraes e Eduardo Campos é ainda maior. João é conversa de mesa bar, de ponto de ônibus, de táxi, de bloco de carnaval. Ele está, literalmente, na boca do povo, com tudo de bom e de ruim que essa condição determina.
Ele é o porta-voz das principais ações de sua gestão, tem uma presença pública e midiática intensa. As pessoas simples veem o prefeito e associam a ele as ações da administração. Definitivamente, João Campos não está confinado à crônica política.
Ele é assunto frequente na vida comum e em situações as mais ordinárias. Num esforço de comparar o prefeito do Recife com algum político local, ele estaria em lugar inverso ao que ocupou recentemente José Sarto em Fortaleza, que, ao final de quatro anos, precisava explicar por que não era conhecido da população.
João Campos é ovacionado em suas aparições, experiência cada vez mais rara. Aqui no Ceará, hoje, só o ministro Camilo Santana vive algo semelhante. Ser popular é algo vital à política, mas está longe de valer como bala de prata.
Em Recife, é impressionante como as pessoas não só gostam e acompanham o prefeito como acompanham as decisões e iniciativas de sua gestão. João Campos não ofusca a Prefeitura do Recife, nem se projeta fora de pautas associadas à administração. O prefeito e a Prefeitura dividem muito bem os holofotes. Claro, João Campos não chega nesse lugar de visibilidade sozinho.
Em sua primeira eleição, já foi recordista. Em 2018, quando se candidatou a deputado federal, teve 460.637 votos, o mais votado da história de Pernambuco. João Campos, na verdade, carrega essa popularidade de uma tradição política ainda mais antiga, que se inicia com o bisavô, Miguel Arraes, eleito prefeito do Recife em 1959. Governador de Pernambuco de 1962 até o golpe militar e novamente eleito em 1986 e 1994, Arraes foi seguido pelo neto, Eduardo Campos, pai de João, no mesmo cargo em 2006 e 2010. Com 31 anos, é cedo dizer até onde vai chegar o atual prefeito do Recife, mas, a preço de hoje, ele vai longe.
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