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O palco é giratório, mas o talento é cearense
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Magela Lima é jornalista e professor do Centro Universitário 7 de Setembro (Uni7), doutor em Artes Cênicas pela Universidade Federal da Bahia (UFBA)

Magela Lima opinião

O palco é giratório, mas o talento é cearense

.O projeto soma cerca de 10 mil sessões a um público estimado em cinco milhões de espectadores, graças ao engenho de mais de 400 conjuntos artísticos
Tipo Opinião

Na lida de quem vive de teatro (e dança e circo) no Brasil, poucos momentos são tão aguardados no ano quanto a data de divulgação da lista de trabalhos selecionados para compor o projeto Palco Giratório, promovido pelo Serviço Social do Comércio (Sesc). Somando já 27 edições, o programa de circulação de espetáculos é a mais poderosa e efetiva experiência de difusão das artes cênicas brasileiras.

Em 2025, 16 grupos de 15 diferentes estados vão percorrer nada menos que 96 cidades. Repetindo o que aconteceu em 2007, 2015, 2017 e 2023, o Ceará integra a programação com dupla participação.

"A Força da Água", do Pavilhão da Magnólia, grupo que comemora duas décadas de atividade em Fortaleza, e "Ané das Pedras", produzido pela Flecha Lançada Arte, desde 2017 atuando na cidade do Crato, são os nossos representantes. Dessa vez, só o Ceará emplacou a presença de duas companhias diferentes na série de apresentações que se estende até dezembro. Uma honra. Um orgulho. Pavilhão da Magnólia e Flecha Lançada Arte são absolutamente cearenses e brasileiríssimos nas tramas éticas e poéticas de suas criações. Os coletivos, juntos, expressam a pujança e a diversidade da cena contemporânea.

Lançado em 1998, o Palco Giratório soma cerca de 10 mil sessões a um público estimado em cinco milhões de espectadores, graças ao engenho de mais de 400 conjuntos artísticos.

O Ceará tem ocupado lugar privilegiado nesse percurso desde 2000, quando Sâmia Bittencourt, Cláudio Ivo e o saudoso Acleilton Vicente e sua trupe Mais Caras arrebataram plateias com o delicado "Nada, Nenhum e Ninguém". Ao longo desse período, gerações as mais variadas têm ajudado a reafirmar a vocação e o talento cearense. Já são 20 montagens locais a mambembar Brasil afora em 12 edições do Palco Giratório.

"A Força da Água" e "Ané das Pedras", tão diferentes quanto semelhantes, entram para essa história a partir de agora. Com dramaturgia e direção de Henrique Fontes, a peça do Pavilhão da Magnólia dá sequência a uma trajetória de grande repercussão, com direito, inclusive, ao Prêmio Shell de Teatro na categoria Destaque Nacional na temporada de 2024.

"Ané das Pedras", performance de Bárbara Matias Kariri, também trilha caminho iluminado, tendo passado, por exemplo, pela importante Mostra Internacional de Teatro de São Paulo. Sucesso!

 

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