A exceção que virou regra: oito anos do futebol cearense na elite do Brasil
Mailson Furtado é escritor, dentre outras obras, de À Cidade (livro vencedor do Prêmio Jabuti 2018 – categorias Poesia e livro do Ano). Em Varjota-CE, fundou a CIA teatral Criando Arte, em 2006, onde realiza atividades de ator, diretor e dramaturgo, e é produtor cultural da Casa de Arte CriAr. Mailson escreve, quinzenalmente, crônicas sobre futebol e outros temas
A exceção que virou regra: oito anos do futebol cearense na elite do Brasil
Essa mudança de patamar do futebol local — inicialmente a nível regional, a transbordar para o nacional — oportuniza inúmeras provocações externas e internas ao próprio campo esportivo
A semana inicia com o retorno do Ceará à primeira divisão nacional, depois de uma última rodada de Série B marcada por muita emoção, em um desses capítulos que só o futebol é capaz de oportunizar.
É o retorno mais rápido do Vozão após uma queda, apenas dois anos, apontando os caminhos positivos que o clube seguiu ao longo da última década a se firmar como um clube de elite, somando mais um feito para celebrar o melhor momento do futebol cearense na sua história.
De 2003 para cá, desde que o Campeonato Brasileiro ganhou o formato de pontos corridos, a nível de Nordeste, o estado do Ceará ultrapassa a marca que já havia empatado em 2024, com os estados de Bahia e Pernambuco, e chega a 8 edições seguidas com pelo menos um representante na Série A.
De 23 edições de pontos corridos, já contando 2025, 13 delas tiveram, no mínimo, um clube cearense. No entanto, oito delas, mais de 60% dessas participações, aconteceram nos últimos oito campeonatos, em cinco desses com Ceará e Fortaleza juntos.
Essa mudança de patamar do futebol local — inicialmente a nível regional, a transbordar para o nacional — oportuniza inúmeras provocações externas e internas ao próprio campo esportivo.
O estado do Ceará, ao longo das últimas décadas, vislumbra uma economia em ascensão, com Fortaleza tornando-se a maior economia nordestina, e com a marca de maior cidade em população da região, e quarta maior do país.
Todos esses acontecimentos, que acabam por trazer reflexos a vários setores da sociedade, inclusive ao esporte, juntos se somam para fomentar um sentimento de orgulho e pertencimento do próprio lugar, que, no futebol, potencializado pelos muitos sucessos dos últimos anos, é visível com o aumento da torcida de seus clubes, não apenas na Capital, mas em todo o interior do estado, e até fora dele, onde, para muitos, antes um segundo clube, agora o primeiro ou o único para torcer.
Assim cruzando quase uma década, e já provado não ser acidente, que tal protagonismo siga, para que, em vez do festejar da exceção, tão comum ao longo das tantas décadas, seja, a partir de agora, a regra o motivo da festa.
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