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Brasil sai zerado de medalhas do Mundial de judô
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Jornalista especializado em esportes olímpicos. Trabalhos na TV Record, Yahoo, rádios Gazeta e Eldorado em São Paulo

Brasil sai zerado de medalhas do Mundial de judô

Com alguns desfalques e judocas se poupando de olho nas Olimpíadas de Paris, Brasil repete campanha de 2009 e não vai ao pódio
Tipo Opinião
Daniel Cargnin garantiu melhor posição do Brasil no Mundial de judô (Foto: Giuseppe CACACE / AFP)
Foto: Giuseppe CACACE / AFP Daniel Cargnin garantiu melhor posição do Brasil no Mundial de judô

Nesta última semana, tivemos, nos Emirados Árabes, o Mundial de judô, competição anual, mas que, no formato atual, nunca havia acontecido em ano olímpico, muito menos às vésperas dos jogos. O Brasil, sem contar com três judocas experientes, teve uma campanha fraca e terminou sem nenhuma medalha. Desde 2009 isso não ocorria.

França e Japão, as principais potências da modalidade, pouparam seus principais atletas temendo lesões. O Brasil não levou três medalhistas olímpicos: Mayra Aguiar, Rafael Baby e Rafaela Silva. O Mundial serviu para a definição do ranking nas categorias e para que países com mais de um atleta entre os melhores ranqueados definissem o escolhido para a Olimpíada.

Mesmo sem os titulares olímpicos, o Japão terminou à frente no quadro de medalhas, com quatro ouros, duas pratas e dois bronzes. Vinte e quatro países conseguiram medalhas.

No masculino, o Brasil levou seu time olímpico, exceto Rafael Baby. O melhor desempenho foi de Daniel Cargnin, com o quinto lugar nos 73kg. O medalhista olímpico de Tóquio mostrou que vive bom momento após voltar de lesão. No feminino, o destaque foi Larissa Pimenta nos 52kg, com um sétimo lugar. Ela também teve problema de lesão neste ciclo olímpico.

Um resultado decepcionante foi de Bia Souza na categoria mais pesada feminina. Candidata a medalha em Paris, ela sofreu derrota na segunda rodada para uma holandesa com poucos resultados expressivos. Eu assisti a essa luta e deu para notar que a Bia se poupou, obviamente pensando na Olimpíada. A atleta já teve várias lesões e fez o certo em não arriscar. Não dá para classificar como fracasso esse resultado zerado do Brasil em medalhas devido a esse fator.

O Mundial definiu que, nos 70kg feminino, o Brasil não terá representante em Paris. Ellen Froner e Luana Carvalho foram derrotadas na primeira rodada e não evoluíram no ranking do peso. Desde a aposentadoria de Maria Portela, o Brasil não conseguiu desenvolver outra atleta nesta categoria. Os pesos 48kg e 63kg feminino aguardam confirmação de vaga. Os demais estão garantidos. Judô brasileiro terá de 11 a 13 atletas em Paris.

A grande incógnita é Mayra Aguiar. Desde a brilhante atuação no Grand Slam de Tóquio, no final de 2023, ela não competiu. Chegará 100% fisicamente em Paris ou tem alguma lesão e não quis arriscar em competições? Sem competir, Mayra despencou no ranking e poderá, na Olimpíada, enfrentar as adversárias mais fortes dos 78kg logo nas primeiras rodadas.

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