Marília Lovatel cursou Letras na Universidade Estadual do Ceará e é mestre em Literatura pela Universidade Federal do Ceará. É escritora, redatora publicitária e professora. É cronista em O Povo Mais (OP+), mantendo uma coluna publicada aos domingos. Membro da Academia Fortalezense de Letras, integrou duas vezes o Catálogo de Bolonha e o PNLD Literário. Foi finalista do Prêmio Jabuti 2017 e do Prêmio da Associação de Escritores e Ilustradores de Literatura Infantil e Juvenil – AEILIJ 2024. Venceu a 20ª Edição do Prêmio Nacional Barco a Vapor de Literatura Infantil e Juvenil - 2024.
Eu, Monteiro Lobato e Emília, postos na arte do convite ao lado da capa de "Grãos de paisagens", de minha autoria. A imagem evocou em mim a lembrança da coleção do "Sítio do Picapau Amarelo", doze volumes encadernados em capa dura
Foto: Divulgação
Abertura do Projeto de Leitura 2025 da Escola de Ensino Fundamental Antonieta Cals
Melhor que escrever um livro é lançar. Antes disso, o texto vive somente em você, e o lançamento ritualiza a mudança dele para muitas e novas moradas. Cada leitor será a sua casa. E melhor que lançar a obra é ser chamada para apresentá-la na escola pública do município que a inspirou. Assim, muito feliz, me senti quando a Comunidade Educativa de Majorlândia, praia de Aracati, no nosso Ceará, me convocou para a Abertura do Projeto de Leitura 2025 da Escola de Ensino Fundamental Antonieta Cals.
Eu, Monteiro Lobato e Emília, postos na arte do convite ao lado da capa de “Grãos de paisagens”, de minha autoria. A imagem evocou em mim a lembrança da coleção do “Sítio do Picapau Amarelo”, doze volumes encadernados em capa dura. Ali nasceu o meu amor pela leitura. E agora um evento reúne ao universo onde a minha literatura começou a história que escrevi inspirada em D. Joana, pioneira que, há cerca de 70 anos, desenvolveu a arte de criar garrafinhas com arenogravura, silicografia, cericografia ou ciclogravura — são muitos os nomes para um trabalho único, minucioso, encantador.
Foto: Arquivo pessoal
Como o presente de minha mãe: a coleção adquirida de um vendedor ambulante que nos bateu à porta e negociou a compra parcelada em um carnê. Valeu cada centavo pago com sacrifício. Ainda hoje é um tesouro, e essa experiência leitora vivida na infância ressoa na escrita a que me dedico. Dentro dos pequenos vidros, as paisagens feitas com areia retêm a beleza das dunas, das falésias, dos coqueiros, das jangadas no mar, das vilas de pescadores, do sol, do céu azul bordado de nuvens.
Contudo, as paisagens que mais me emocionam são os rostos das professoras e de seus alunos. Os sorrisos de um sábado na quadra, entre crianças e adolescentes, olhando para o meu livro do mesmo jeito que, em um dia longínquo de minha infância, olhei para a “Chave do tamanho”, que todas as portas me abriram.
Foto: Arquivo pessoal
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