
É mestre em Direito pela UFC e doutorado em Direito pela Johann Wolfgang Goethe-Universität Frankfurt am Main. Atualmente é professor da Universidade de Fortaleza e Procurador do Município de Fortaleza
É mestre em Direito pela UFC e doutorado em Direito pela Johann Wolfgang Goethe-Universität Frankfurt am Main. Atualmente é professor da Universidade de Fortaleza e Procurador do Município de Fortaleza
A eleição para o parlamento europeu fez soar o alarme mundial da volta do fascismo. Na semana passada, duas respostas foram contendentes para barrar tal ameaça. A humilhante derrota dos conservadores para os trabalhistas no Reino Unido, e vitória da Frente Popular de esquerda na França. Que o trabalhismo inglês já não é o mesmo daquele da batalha de Cable Street, todos sabemos. Sem a menor ilusão, sabemos que E. Macron é apenas um gestor do capitalismo financeiro predatório.
Nos dois casos, restou o alerta de que a economia é um assunto público e social e não lhe deve ser ignorada esta condição. O caso francês, sem dúvida, fez da ampla coalização de esquerda a grande vitoriosa diante do cenário que já indicava um projeto de ruína de uma nação, de um continente. Foi parado a tempo, pela habilidade política de agrupamentos partidários, que tiveram a lucidez de enxergar o perigo, e a grandeza de celebrar acordos de renúncia de uns em favor de outros, sem se deixaram dominar por ressentimentos.
Nos mesmos dias em que a ação conservadora se reúne no Brasil para celebrar seus avanços, chegaram-nos as duas notícias, as quais não deixam de ser um significativo desalento para esta força política mundial e nacional. As vitórias na Europa deixam claro que o universalismo permanece como uma bandeira relevante das sociedades, e que a exclusão não será alternativa. O fundamentalismo religioso que se ancora neste movimento viu-se superado pelo valor da ciência e do laicismo, como elementos fundantes de sociedades abertas e tolerantes. Resta aos fascistas o cardápio de sempre: pelejar pelo direito de mentir e de propagar o ódio; distinguir humanos entre naturalmente inferiores e superiores; militarizar as sociedades e fazer da ciência objeto da revelação profética, que haverá ainda de guiar a política.
Os acontecimentos eleitorais recentes da Europa servem de advertências para todos, na medida em que despertam a necessidade de união de forças políticas civilizatórias contra a barbárie e a perversidade. Não adianta chorar o que poderia ter sido e permitir que tragédias se repitam.
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