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Greve é luta por direitos: no trabalho e na vida
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Ex-Ministra da Igualdade racial, no período entre 2003 e 2008, e, atualmente, professora na Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro brasileira (Unilab). Doutora em Serviço Social pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC) e Doutora Honoris Causa pela Fundação Universidade Federal do ABC (UFABC)

Greve é luta por direitos: no trabalho e na vida

Matilde Ribeiro, ex-Ministra da Igualdade racial. Atualmente professora na UNILAB - Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro Brasileira. Doutora em Serviço Social pela PUC - Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, Doutora Honoris Causa pela UFABC - Fundação Universidade Federal do ABC. (Foto: Divulgação )
Foto: Divulgação Matilde Ribeiro, ex-Ministra da Igualdade racial. Atualmente professora na UNILAB - Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro Brasileira. Doutora em Serviço Social pela PUC - Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, Doutora Honoris Causa pela UFABC - Fundação Universidade Federal do ABC.

Greve tem sido assunto fortemente presente na pauta política no País. De maneira crescente, tem ocorrido a paralisação no ensino superior: primeiro das/os servidoras/es administrativas/os e depois veio adesão das/os professoras/es. O enfrentamento justifica-se pela acentuada perda de direitos duramente conquistados ao longo dos anos, diante de um largo período de congelamento das negociações. Essa situação gerou perdas de direitos e vulnerabilidade na vida dessas/es trabalhadoras.

A partir de 15 de abril de 2024, foi definida a adesão de professoras/es de parte das instituições do ensino superior federal. A pauta de reivindicações apresentada pelo Andes - Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições do Ensino Superior é ampla, e a contraproposta apresentada pelo governo (reajuste salarial zero, com aumentos apenas no auxílio-alimentação, na assistência pré-escolar e na saúde suplementar) foi rejeitada.

Na pauta nacional unificada, os docentes reivindicam reajuste de 22,71%, em três parcelas de 7,06%, a serem pagas em 2024, 2025 e 2026. Após a instalação do Comando Nacional de Greve (CNG) prosseguem reflexões que levam à proposição da categoria, momentos balizados pela Andes e, em diálogo com diversas instituições, como a Comissão de Administração e Serviço Público da Câmara dos Deputados, o Fórum das Entidades Nacionais dos Servidores Públicos Federais (Fonasefe), dentre outras. A partir de 18 de abril, será iniciada a Jornada de Luta "0% de reajuste não dá!".

Concomitante à greve federal, as/os professoras/es estaduais debatem sobre a perspectiva de greve. No estado do Ceará, professoras/es estaduais votam por estado de greve e o Sindicato Apeoc, que representa os docentes estaduais, encaminha as mobilizações que podem resultar em greve geral. Na pauta aprovada constam reivindicações sobre remuneração e carreira, financiamento da educação, valorização dos profissionais e o pagamento de dívidas do Estado com os professores.

Assim, é extremamente importante a concepção de que a greve das/os professores do ensino superior federal e estadual não é uma "baderna" e tampouco é uma ação que tenha por base apenas o "umbigo" das/os professoras/es. Trata-se de uma ação que visualiza a necessidade de garantia de melhores condições de vida para toda a sociedade, e em particular, focando as/os professoras/es a luta por direitos da categoria faz parte da perspectiva de garantia da qualidade do ensino público e de valorização vida para toda a classe trabalhadora. n

 

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