
Líder classista, empresário do setor de farmácias, é diretor da Confederação Nacional do Comércio (CNC) desde 2018
Líder classista, empresário do setor de farmácias, é diretor da Confederação Nacional do Comércio (CNC) desde 2018
Esta semana, o Ceará povoou as manchetes dos principais portais nacionais com um fato inusitado. O prefeito Antônio Almeida, de Acopiara, exibiu, em praça pública, uma versão pirateada do filme Divertida Mente 2, com direito a registro da criançada reunida, postado nas redes sociais do prefeito.
A exibição ilegal - prevista como crime no art. 184 do Código Penal, que protege os direitos do autor de uma obra - aconteceu no último domingo, 28, enquanto o filme ainda estava em exibição nos cinemas. Até a logomarca da plataforma que pirateia filmes apareceu, sem cerimônia, na telona. O prefeito jura que a ação não teve conotação política, que queria apenas divertir a meninada, numa sensibilidade que sempre brota nos corações dos políticos em ano eleitoral.
Divertida Mente 2 é um sucesso de público. No Brasil, é a maior bilheteria do século. Vendeu mais de 20 milhões de ingressos e ultrapassou R$ 400 milhões de renda. No mundo, é a animação mais vista da história: o longa-metragem bateu a marca de US$ 1,46 bilhão de receita.
E para os que pensam que o filme é só mais um desenho animado voltado para o público infantil, assisti no cinema com minha esposa Laura e nossas filhas Sarah e Sophia, e vai uma dica: vejam o filme e revejam seus conceitos. Principalmente aqueles que residem no âmago de suas almas, onde habitam sentimentos como tédio, inveja, vergonha, nostalgia, nojo, medo, raiva, tristeza e alegria, causando um siribolo de emoções.
Todos estes sentimentos atormentam a mente da personagem Riley, agora, nesta segunda versão do filme, uma adolescente de 13 anos que enfrenta a montanha-russa emocional própria da puberdade, quando, também, entra em cena a ansiedade, hoje, a grande vilã comportamental de jovens (e, também, adultos).
A ansiedade, segundo a psicologia, é uma emoção natural que desempenha um papel importante na nossa sobrevivência, ajudando-nos a preparar e reagir a possíveis ameaças. Em pequenas doses, pode ser útil. O problema é quando ela passa a dominar as outras emoções, como ocorre no filme, em que Riley passa a ter percepções ruins do mundo, autocrítica exagerada e julgamentos tóxicos dos outros, forçando os demais sentimentos a reagirem e a agirem de maneira conjunta para devolver alegria à jovem protagonista.
Se a arte imita a vida, talvez você se sinta representado por Riley e pelos seus dramas existenciais. Talvez você, mesmo que seja no escurinho do cinema, deixe de lado, momentaneamente, a sua alegria de Instagram, e assuma que também é composto de tédio, inveja, vergonha, nostalgia, nojo, medo, raiva, tristeza e, mais recentemente, por ansiedade.
E, talvez, somente assim - assumindo e trabalhando sentimentos naturais, a quem você pejorativamente chama de "demônios interiores" - você redescubra a alegria de errar sem crítica e de viver sem culpa.
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