
Líder classista, empresário do setor de farmácias, é diretor da Confederação Nacional do Comércio (CNC) desde 2018
Líder classista, empresário do setor de farmácias, é diretor da Confederação Nacional do Comércio (CNC) desde 2018
Se você, no início da semana, acordou nostálgico, meio vazio, como se lhe faltasse alguma coisa para fazer durante o dia, e órfão de um ufanismo pontual, de um patriotismo eventual e de uma brasilidade circunstancial, saiba que você não estava sozinho: eu também sofri desta abstinência olímpica, ocasionada pelo fim dos Jogos de Paris.
Na real, olimpíadas e copa do mundo não deveriam demorar quatro anos para ocorrerem. O poder que esses eventos têm de, através do esporte, unir toda uma pátria num interesse comum, é inigualável. Funcionam como bálsamo para a chaga da polarização que a política disseminou no planeta.
Além da congregação de povos, da disputa saudável entre as nações e da didática do espírito competitivo, os jogos olímpicos deixam lições de superação que transcendem os ginásios e estádios, e que são capazes de inspirar novas gerações, estimular potenciais atletas e influenciar reles mortais, como nós, a ultrapassar nossas barreiras diárias.
Mas a mágica dos jogos não para por aí. Há também as lições de moral, que o esporte é craque em ensinar. Paris mandou uma especial para o Brasil: a de que devemos valorizar nossas mulheres, que, na França, foram as grandes protagonistas, trazendo nossas três únicas medalhas de ouro com Bia Souza (judô), Rebeca Andrade (ginástica artística) e Ana Patrícia e Duda (vôlei de praia). Ou alguém acha que isso foi por acaso?
Não. Nas conquistas de nossas garotas, há o grito de alegria no pódio, mas há, também, o brado de protesto por mais visibilidade, pelos diversos tipos de violência que elas sofrem numa sociedade machista, pela desigualdade de oportunidades, pelo preconceito. Não são só meninas, são heroínas. Não são só atletas, são guerreiras. Não são só vencedoras, são resistentes.
Ao contrário de potências como os Estados Unidos e a China, em que os atletas parecem ser fabricados em laboratório, os nossos medalhistas têm a cara do povo brasileiro: sofredor, mas resiliente; desprovido, mas otimista; carente, mas criativo. Como Bia, como Rebeca, como Patrícia, como Duda.
Mas, agora, cabe a nós olharmos pro futuro. E, em se tratando de olimpíadas, nosso futuro é Los Angeles, a próxima sede. O Brasil, claro, já prepara seus próximos heróis, colhidos no meio da massa e em meio às nossas adversidades cotidianas, onde a principal vitória é sobreviver.
Por exemplo: é das intempéries de Curralinhos, no Piauí, que brota o pequeno Moisés da Silva, de apenas 13 anos, que impressionou o mundo e ganhou mais de dois milhões de visualizações no Instagram ao postar seus treinos de salto com vara, feita com material improvisado e com um colchão velho para amortecer suas quedas. Mais raiz, impossível!
Alguém duvida que ele consiga?
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