Líder classista, empresário do setor de farmácias, é diretor da Confederação Nacional do Comércio (CNC) desde 2018
Líder classista, empresário do setor de farmácias, é diretor da Confederação Nacional do Comércio (CNC) desde 2018
Os dois principais fatos campeões de audiência da semana foram a harmonização facial do cantor Ximbinha e a vitória de Donald Trump para a presidência dos Estados Unidos. Como há quem diga que Ximbinha ficou ainda mais feio do que era, e como é a eleição norte-americana que influencia o rumo das coisas no mundo, de Itapipoca a Xangai, é dela que vamos tratar neste nosso leriado quinzenal.
Muitas teorias justificando a vitória de Trump foram defendidas nas principais rodas de dominó de Fortaleza. Uns diziam que as pautas da direita, como a tolerância zero com os imigrantes e o fim do direito ao aborto, engajam mais que as da esquerda, na atual sociedade conectada. Outros alegavam que a vitória republicana foi uma resposta ao apoio do presidente Biden à Ucrânia, na guerra contra a Rússia, e a Israel, nas ações militares em Gaza. E há, ainda, os que argumentaram que a troca de candidatos democratas, no meio da campanha, foi determinante para a derrota deles. Será? Talvez sim. Talvez não. Ou talvez não somente isso.
O cientista político brasileiro, Alberto Carlos Almeida, em seu livro A Mão e a Luva: o que elege um presidente, fez um estudo das eleições brasileiras desde a reabertura democrática e comprovou que todos os presidentes que conseguiram a estabilidade econômica no país, ou seja, que domaram os preços, ou se reelegeram ou fizeram seus sucessores, o que denota que, quando o povo consegue comer, aumentar o consumo, resistir à carestia, ele premia o governante com o voto. Quando não, ele o pune nas urnas.
Convenhamos: Kamala fez de tudo para derrotar Trump. Atacou-o em seus pontos vulneráveis. Encurralou-o nos debates e levou até o sumido Bruce Springsteen e a diva pop Beyoncé para os comícios. Contudo, a instabilidade econômica do governo Biden, que, ao aumentar os juros para reduzir a inflação, também aumentou o custo do crédito e das hipotecas, trouxe descontentamento entre os consumidores, que estavam acostumados a conviver com inflação e taxas de juros baixas. E, também nos States, como aqui, no Brasil, a estabilidade política come na mão da estabilidade financeira.
A prova disso é que, no início de outubro, uma pesquisa do Instituto Gallup indicava que 90% dos entrevistados apontavam que a economia era "extremamente importante" ou "muito importante" na hora de decidir o seu voto. E que 54% dos eleitores americanos acreditavam que Trump poderia lidar com isso melhor do que Kamala.
Moral da história: enquanto muitos apostam na sofisticação das campanhas políticas, com militância digital, inteligência artificial, fake news e o diabo a quatro, é o bom e velho custo de vida quem manda na bagaça eleitoral.
E o termômetro da urna continua sendo o bolso.
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