Líder classista, empresário do setor de farmácias, é diretor da Confederação Nacional do Comércio (CNC) desde 2018
Líder classista, empresário do setor de farmácias, é diretor da Confederação Nacional do Comércio (CNC) desde 2018
A justiça sempre foi representada por uma balança. Um símbolo simples, mas de um significado imenso. No imaginário coletivo, a balança busca o equilíbrio, a igualdade de pesos e medidas. No entanto, há um detalhe que muitos ignoram: uma balança só funciona se houver alguém disposto a questionar quando um dos pratos está mais pesado do que deveria. Se ninguém observa, se ninguém aponta o desequilíbrio, o que era para ser justo se torna apenas um teatro, uma ilusão de equilíbrio.
Imagine um mercado em uma cidade pequena, onde havia duas balanças no balcão. Uma para os clientes comuns, outra para os amigos do dono. Para os primeiros, a balança sempre pesava um pouco a mais, cobrando por algo que não levavam. Para os amigos, a balança era generosa, aliviando alguns gramas aqui e ali. Todos sabiam, todos percebiam, mas ninguém falava nada. O medo do dono, a preguiça de contestar, a falsa sensação de que reclamar não adiantaria… E assim, a injustiça crescia como erva daninha.
Até que um dia, uma jovem chamada Sophia, ao ver o peso marcando mais do que deveria em sua compra, decidiu questionar. “Isso não está certo”, disse em voz alta. Os demais clientes pararam, olharam, mas ainda hesitavam em apoiá-la. O dono, sem jeito, tentou desconversar, mas Sophia insistiu. “Se ninguém falar, isso nunca vai mudar.” Aos poucos, um por um, outros começaram a conferir seus pesos, a se unir à sua voz. O dono, acuado pela verdade, teve que corrigir a balança para todos.
Esse episódio nos lembra de algo fundamental: quando não defendemos os nossos direitos, perdemos a nossa dignidade. E a dignidade não se negocia.
Não importa se você é um professor ou um estudante.
Não importa se você é um reitor ou um funcionário da universidade.
Não importa se você é um desembargador, um juiz ou até um ministro do Supremo.
A injustiça não escolhe hierarquias, mas o silêncio a alimenta.
Quantas vezes presenciamos injustiças e optamos pelo silêncio? Quantas vezes vemos o peso inclinar para um lado e simplesmente aceitamos? Ficamos esperando que alguém faça algo, mas esquecemos que esse alguém pode — e deve — ser cada um de nós.
A justiça não é apenas um conceito jurídico, não é um artigo em uma constituição ou uma sentença de um juiz. A justiça é um compromisso diário, um reflexo daquilo que aceitamos ou não. E como a balança de um mercado, se ninguém fiscaliza, se ninguém denuncia, ela será manipulada conforme a conveniência de quem a controla.
Porque a injustiça começa pequena, disfarçada de conveniência. Ela se alimenta do medo, cresce na indiferença e floresce no silêncio.
Então, não se calem. Nunca mais.
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