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Tecnologia de ponta
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Líder classista, empresário do setor de farmácias, é diretor da Confederação Nacional do Comércio (CNC) desde 2018

Tecnologia de ponta

Não nos enganemos: não tem ninguém besta nesta disputa. O que se está em jogo, mais do que nunca, é o poderio, a influência, o domínio mundial, que sempre vimos ocorrer, ao longo da história, entre as nações
Aplicativo DeepSeek exibido em telefone celular (Foto: Nicolas TUCAT/AFP)
Foto: Nicolas TUCAT/AFP Aplicativo DeepSeek exibido em telefone celular

O lançamento do Deepseek, a inteligência artificial chinesa, sacodiu o mundo da tecnologia e aplicou uma humilhação aos presunçosos norte-americanos a partir da invenção de uma ferramenta de IA mais barata, mais acessível e – pasmem! – mais democrática do que o ChatGPT, a versão gringa da geringonça.

Mas o constrangimento não parou por aí: o prestígio do Deepseek fez também com que empresas americanas consagradas, como Microsoft, Alphabet (dona da Google), Amazon e Meta (dona do Facebook, WhatsApp e Instagram), perdessem dinheiro. Ou seja: experimentassem desvalorizações superiores a 2% no mercado de ações.

A bem da verdade, a goleada tecnológica dos chineses sobre os americanos afetou o poderio Ianque muito além de Wall Street. O mundo, de São Benedito à Groelândia, derreteu-se em simpatia pelos chineses, como se estes tivessem contrariado a lógica, invertido o favoritismo e quebrado a banca. Por um momento, os chinas surfaram na onda da popularidade internacional após a sacada genial do Deepseek.

Mas não nos enganemos: não tem ninguém besta nesta disputa. O que se está em jogo, mais do que nunca, é o poderio, a influência, o domínio mundial, que sempre vimos ocorrer, ao longo da história, entre as nações, mas que, mais modernamente, periga comprometer a própria existência humana pelo potencial armamentista à disposição de líderes insanos, vis, inconsequentes e, ainda assim, populares.

Voltando ao duelo entre Inteligências Artificiais, entre Deepseek e ChaGPT, entre Estados Unidos e China, os americanos já prometem revanche: o recém-empossado presidente Trump anunciou investimentos da ordem de U$ 500 bilhões para desenvolver mais avanços nas ferramentas de IA. É uma nova Guerra Fria, com novos objetivos, novos protagonistas, mas velhos temores.

Enquanto isso, no Brasil, a nossa inteligência natural, fruto da capacidade de improviso típica do brasileiro, vem se aperfeiçoando. Na cidade mineira de Prata, por exemplo, o prefeito Marcel Vieira Rodrigues, vulgo Xexéu, preocupado com a limpeza da cidade, com a desobstrução de bueiros, com a contaminação dos rios e com a saúde dos moradores, lançou a campanha “Aqui, só joga lixo corno assumido”.

A medida administrativa, além de evitar o descarte irregular, despertou nos moradores um senso de cidadania jamais visto no município: agora todo mundo lá filma, do próprio celular, quem joga lixo onde não deve a fim de registrar um duplo flagrante: quem suja... e... quem é.

Xexéu jura que a estratégia deu certo.

É o Brasil dando exemplo para o mundo do uso ambiental da tecnologia de ponta.

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