
Líder classista, empresário do setor de farmácias, é diretor da Confederação Nacional do Comércio (CNC) desde 2018
Líder classista, empresário do setor de farmácias, é diretor da Confederação Nacional do Comércio (CNC) desde 2018
Dizem por aí que a vida é uma ciranda de domingos, um eterno feriado a ser conquistado. Que o trabalho é o preço pago entre um sonho e outro. Que ele nos rouba o tempo, o riso e o repouso. Mas talvez seja essa a maior mentira disfarçada de sabedoria moderna.
O trabalho, ao contrário do que sussurram os cansados, não é um castigo. Ele é altar. Um altar silencioso onde depositamos não apenas nosso suor, mas também nossa dignidade, nosso talento, nosso propósito.
Veja o oleiro. Enquanto molda o barro com mãos firmes, não sonha apenas com o vaso que virá — ele se torna parte da peça, se inscreve em cada curva, imprime sua alma no que constrói. O trabalho verdadeiro é isso: não é meio, é caminho. Não é castigo, é criação. Não é peso, é ponte.
Mas o mundo, distraído pelo brilho das recompensas, tentará convencê-lo de que o valor da obra está no que ela oferece: no salário ao fim do mês, na meta atingida, no bônus de fim de ano. E, quando você passa a trabalhar apenas por aquilo que recebe, perde o ouro mais valioso do ofício: o prazer de ser útil, o brilho de fazer bem feito, a alegria de transformar a realidade com suas mãos.
Não à toa, os povos antigos reverenciavam o artesão como artista, o agricultor como sábio, o médico como sacerdote. Eles sabiam: quem trabalha com amor não apenas cumpre tarefas, mas celebra a existência. Porque é no labor que mais nos parecemos com o Criador — criando, servindo, ofertando.
E não se engane: o trabalho é a raiz que sustenta os frutos da vida. Família, saúde, educação, futuro… tudo depende dele. Não como um tirano que exige sacrifícios, mas como o chão firme onde se planta qualquer sonho.
É por isso que o 1º de maio não deveria ser apenas um feriado. Deveria ser um momento de reverência, de reflexão. Não ao cansaço, mas ao sentido. Não à pausa, mas ao porquê de voltarmos todos os dias para o nosso posto, seja ele qual for.
O mundo talvez nunca entenda. Mas quem aprende a amar o trabalho descobre que, mais do que um dever, ele é uma dádiva.
Pois quem vê no trabalho apenas o caminho, nunca chega a perceber a beleza de caminhar.
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