Cantora, compositora, jornalista. Lançou sete CDs (Mona Gadelha, Cenas & Dramas, Tudo se Move, Salve a Beleza, Praia Lírica - um tributo à canção cearense dos anos 70 e Cidade Blues Rock nas Ruas); o EP Tudo se Move 20 Anos Depois e vários singles. Fez Comunicação Social na Universidade Federal do Ceará. É mestra em Comunicação (PPGCOM). Lançou o livro "Perfume Azul - Transgressão e Rock na Fortaleza dos Anos 70" (Edição FWA)
O single foi produzido por Arquelano ao lado de Felipe Couto, músico e produtor que assina diversos trabalhos da sonoridade experimental-eletrônica do Ceará - entre eles, um duo com a multinstrumentista Ayla Lemos
Quando Alê Youssef, ex-secretário municipal de cultura de São Paulo, viu o show de Benjamin Arquelano na Semana da Música Eletrônica na Galeria Olido naquele já longínquo ano de 2019, publicou nos seus stories: “Incrível Arquelano! Do Ceará!”.
Arquelano estava lá a convite de Claudia Assef, realizadora do evento, e uma inegável referência neste e em outros temas relacionados à cultura pop, criadora junto com Monique Dardenne do Women Music Event. Conto esse fato porque é muito significativo para quem acompanha os caminhos do artista.
Claudia, quando participou da comissão de avaliação do Laboratório de Música da Escola Porto Iracema da Artes, no qual o projeto “Ainda sou Ponto” foi selecionado para imersão de sete meses com orientação de Mahmundi, já havia notado o talento deste artista singular, de Maracanaú, que vem construindo sua trajetória com a inquietude própria de um criador, e paciência para a indiferença que assombra nossa cidade. Pois Arquelano está lançando mais um projeto com sua assinatura muito particular. Trata-se do single “Katnissiará”, disponível em todas as plataformas.
É o início de uma fase - “mais intensa e visceral na música eletrônica” - , que ele diz ser a mais importante da sua carreira, prevendo “grandes coisas vindo por aí”. As influências no seu manifesto de resistência e inconformismo? techno, funk e latincore, explorando a inconsequência como um ato de resistência, desejo e liberdade.
O single foi produzido por Arquelano ao lado de Felipe Couto, músico e produtor que assina diversos trabalhos da sonoridade experimental-eletrônica do Ceará - entre eles, um duo com a multinstrumentista Ayla Lemos.
Foto: Divulgação/Vitor Guilherme
Arquelano III
Por visceral entenda-se toda a experiência de vida de um jovem que deseja ardentemente viver, e o elemento fogo não poderia definir melhor. Ao contar sua história de vida, ele lembra que cresceu ouvindo que “seu destino era o inferno por ser quem era, uma pessoa LGBTQIAPN+”. Pois se for para queimar, que seja de prazer.
Ele vem disposto a acender (e ascender) o fogo “com batidas incendiárias e sintetizadores hipnóticos”, a partir de uma experiência no Programa de Residências e Intercâmbios do Porto Dragão. Além da semana em que Arquelano chamou a atenção de Youssef, ele também se apresentou no Rock in Rio em 2022 graças ao concurso “Gerdau, me leva pro Rio!”. Também fundou o Eletrogeras, um coletivo precursor na cena eletrônica underground de Fortaleza.
Com Arquelano, dar para dançar nas chamas da pista quente de “Katnissiará” e mergulhar em canções introspectivas tristemente belas como “Salão das Ilusões” (Por traços tortos eu passei/ Não previ / Nem delimitei / Mesmo assim dancei / Dancei / No salão das tuas ilusões”.
Luana espevitada, da pá virada. Começo assim para dizer que Luana Florentino, cantora, compositora, instrumentista, e com uma imensurável verve de humor chegou com mais um EP, “Amor&Forró”, com três músicas, todas assinadas por ela - é o seu terceiro.
Luana não para. Move-se com garra e coragem nas filigranas de um mercado musical, que a gente sabe, não é fácil. Mas Luana se dispõe a derrubar as cercas. Bota pra quebrar. Não tem medo do escracho. É cantora, compositora e atriz, sanfoneira.
Foto: Divulgação
Luana Florentino
Na sua identidade, Luana se define sertaneja, nascida e criada em Mombaça, interior do Ceará. E esse sertão carrega na sua música, incorporando a cultura do vaqueiro, quer dizer, vaqueira. Essa marca ela carrega no matulão, junto com as referências da vaquejada.
O discurso é direto - como ela diz: "simples e objetivo“. "A música é universal, mas ela nasce de um povo, de um lugar.
A minha é do sertão, pro mundo". Esse mergulho começa com “Minha Certeza”, um xote. Depois vem “Carta Aberta”, e por fim, “Orgulho”. Na segunda, dirige-se a um ex-amor narcisista - tema recorrente, não é?
E enquanto escrevia, a notícia da partida de Nana Caymmi (1941-2025), a voz que fazia doer mais ainda uma canção de amor. Com ela, era sem dó. Por isso o título certeiro da bela playlist da da Rádio Batuta. Só para os (as) fortes.
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