Jornalista, colunista de Economia da rádio O POVO/CBN; Coordenador de Projetos Especiais do Grupo O POVO DE COMUNICAÇÃO; Co-Autor do livro '50 Anos de Desenvolvimento Industrial do Ceará' e autor dos 'Diálogos Empresariais', dois livros reunindo depoimentos de líderes empreendedores do Estado do Ceará
Foto: Montagem/O POVO
Fortaleza tem nove candidatos a prefeito nas eleições de 2024
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Esta semana tive uma prosa efêmera com Roberto Macedo, um dos maiores nome da indústria cearense no último século, e atualmente no Conselho do Grupo que seu pai, José Macedo, fundou. Estávamos numa fila de caixa de loja quando nos saudamos como velhos amigos, ele um decano entre as minhas fontes preciosas.
- E aí, Roberto, domingo em quem você vai votar pra prefeito?
A reação corporal dele foi por inteiro. Arregalou os olhos e sem perder a elegante verve que lhe é peculiar, reagiu. Preferiria que a pergunta não lhe tivesse sido feita. Talvez falar de amenidades, do futebol ou das proezas do pilates fosse menos embaraçoso. Mas como nunca me negou uma análise, sintetizou:
Difícil escolher.
A monossilábica frase de Roberto é a mesma de milhares de fortalezenses quando indagado sobre a sucessão municipal. Campanhas inteiras de rádios, TVs, redes sociais, bandeirolas, tijolinhos e adesivos não conseguiram motivar o eleitor mais esclarecido, reativo a favores e assistencialismos. A esperança seriam os debates. Não foram. Insultos pra lá e pra cá, daqueles para serem esquecidos.
- Fortaleza não merece a pobreza das propostas apresentadas pelos candidatos, seguiu Roberto com a sua visão cidadã.
De fato, imperou o populismo nas prosaicas falas dos candidatos. Ao limite inclusive da irresponsabilidade legal, quando prometem, por exemplo, assegurar a permissão do uso do capacete sem viseiras pelos motoqueiros da cidade. Sem o conhecimento da lei, esses profissionais iludidos podem perder o seguro a que têm direito, em caso de acidente grave, porquanto prevalecem as exigências legais do Denatran. Seria o mesmo que prometer aos motoristas a opção de dirigirem sem cinto de segurança.
Mas enfim, são “propostas” que fizeram parte do mundo ilusório das promessas eleitorais. Ficaram pelo caminho as propostas que tornem Fortaleza ainda mais humana, acolhedora e menos desigual, com serviços públicos de qualidade.
Roberto e eu nos despedimos daquele atualíssimo papo incidental, sem que eu soubesse para quem seria o seu qualificadíssimo voto. Nem ele, o meu.
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