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A compreensão democrática de Lula da Silva
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Jornalista, colunista de Economia da rádio O POVO/CBN; Coordenador de Projetos Especiais do Grupo O POVO DE COMUNICAÇÃO; Co-Autor do livro '50 Anos de Desenvolvimento Industrial do Ceará' e autor dos 'Diálogos Empresariais', dois livros reunindo depoimentos de líderes empreendedores do Estado do Ceará

A compreensão democrática de Lula da Silva

Vamos pra luta e ganhar as eleições, disse Lula em entrevista à radio O POVO/CBN. "Mas se não der, a gente ganha na próxima. Faz parte do aprendizado democrático", destacou o presidente
Tipo Análise
Lula em entrevista a Jocélio Leal, na rádio O POVO CBN (Foto: Ricardo Stuckert / PR
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Foto: Ricardo Stuckert / PR Lula em entrevista a Jocélio Leal, na rádio O POVO CBN

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Perder faz parte, ganhar também. Democracia é assim. Esse raciocínio político de Luiz Inácio Lula da Silva parece uma renúncia, uma resignação ou demonstração de fragilidade. Não é. O presidente alongou-se um pouco mais nesse tema quando avaliou a disputa eleitoral de Fortaleza, na entrevista que concedeu a Jocélio Leal na rádio O POVO/CBN. “Essa é a peculiaridade maior da luta democrática”, explicou Lula. “Um dia a gente perde; em outro a gente ganha”.

Leitão e Fernandes travam uma duríssima disputa pela prefeitura de Fortaleza, e talvez seja essa a aposta mais direta de Lula nas urnas contra Bolsonaro em todo o Brasil, no segundo turno das eleições municipais. Fratura exposta.

Lula respondeu a esse questionamento do jornalista com uma frieza absoluta, e somente quem compreende a resiliência que só os anos intensamente vividos ensinam pode entender a arte de fazer política. Mandela, ao sair do longo infortúnio da prisão, soltou um largo sorriso ao irromper os umbrais da penitenciária, e na primeira entrevista chamou seus algozes para uma aliança pela união do país. O tempo e as têmporas brancas, a vida na prisão, a meditação e os livros serviram de anabolizantes para os seus ideais democráticos.

Lula da mesma forma. A vida pra ele não foi um passeio de primavera. Teve de negociar do motorista do pau-de-arara que o embarcou para São Paulo, ainda jovem, aos acordos da luta sindical, prisões e três derrotas eleitorais; negociar com os deuses e diabos do Centrão para governar. E assistir a Bolsonaro, fenômeno político da era digital, sufocar seu partido e formar seguidores figadais. Uma trajetória assim não se faz sem a construção de uma consciência democrática de forte calibre para negociar, renunciar, ganhar, perder, convencer, aglutinar aliados ou não. Como disse na entrevista, falta-lhe vocação para ditador.

Vamos pra luta e ganhar as eleições, disse. “Mas se não der, a gente ganha na próxima. Faz parte do aprendizado democrático”. Essa é a máxima compreensão do que vem a ser Democracia.

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