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Quanto tempo o tempo tem?
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Colunista de Economia, Neila Fontenele já foi editora da área e atualmente ancora o programa O POVO Economia da rádio O POVO/CBN e CBN Cariri.

Neila Fontenele ciência e saúde

Quanto tempo o tempo tem?

Tempo cronológico, longevidade, qualidade. Como deve ser contato o tempo de vida?
Tipo Opinião
AS organizadoras do workshop, Fernanda Cruz, Juliana Calazan e Roseane Patriota (Foto: Iratuã Freitas)
Foto: Iratuã Freitas AS organizadoras do workshop, Fernanda Cruz, Juliana Calazan e Roseane Patriota

Será que a vida deveria ser contada de uma forma cronológica? Ou deveríamos pensar no tempo diante da intensidade do que vivemos? Com as mudanças geracionais e os processos de envelhecimento da população ficando mais explícitos, há uma percepção de que precisamos de novos modelos transgeracionais de mães, pais, tias, tios, avós e profissionais no mercado. As questões agora não passam apenas por pensar quantos anos temos de vida, mas sobre a qualidade dessa vida.

Essa preocupação levou um grupo formado por psicólogos, psicanalistas e empreendedores a abrir uma reflexão sobre as mudanças que estão ocorrendo agora com o aumento da longevidade, principalmente diante da complexidade feminina. Assim, o workshop "Tramas da Maturidade Feminina", promovido por esse grupo, tem o objetivo de ser o primeiro a abrir esse diálogo e a aprofundar essas discussões. O evento será realizado no próximo sábado, 10 de agosto, pela clínica Tear de Significante, das 8h30 às 13 horas, no auditório Central Park Business, no bairro Cocó. Nessa primeira edição, o foco estará nas mulheres contemporâneas e no caminho da maturidade.

A psicóloga Fernanda Cruz de Aragão Coelho, uma das organizadoras do evento, conta que quatro palestrantes vão abordar os problemas ligados ao corpo, cultura e afetos. A empreendedora Cândida Lopes; as psicólogas Cristiana Carla Medeiros e Rejane Fonseca; e o nutricionista Felipe Jataí tratarão das condições que vão das mudanças no corpo às atitudes, diante das perdas e ganhos proporcionados pela travessia no decorrer da vida.

Obesidade: problema global

Há um equívoco na abordagem dos problemas da obesidade. No senso comum, a questão é levantada a partir das discussões estéticas, levando até ao uso indiscriminado de medicações; mas os riscos provocados pela obesidade estão em outras doenças que normalmente vêm junto com ela, como o diabetes.

A Federação Mundial da Obesidade estima que o impacto econômico global da obesidade ultrapassará os US$ 4 bilhões até 2035. A previsão é de que mais da metade da população mundial terá excesso de peso ou obesidade nos próximos 12 anos, se não houver uma mudança visando à prevenção e tratamentos mais eficazes.

Novas medicações

Por essa razão, novas classes de medicamentos estão sendo testadas para o tratamento da obesidade. Estudos recentes divulgados durante o congresso American Diabetes Association revelam avanços na produção de remédios orais para emagrecimento. Esses comprimidos devem chegar ao mercado com valores mais acessíveis do que os medicamentos injetáveis.

Conforme os estudos, muitos dos medicamentos que levam ao emagrecimento atuam de forma a "imitar" o GLP-1 (Glucagon-like Peptide-1), hormônio produzido nas células endócrinas do intestino que estimula a insulina, tendo grande poder antidiabético, além de provocar a perda de peso. Durante o congresso, uma das descobertas apresentadas foi a de uma molécula (a GS-4571), que, ao ser administrada via oral uma vez ao dia, acelera a perda de peso em 36 dias.

O médico endocrinologista Flávio Cadegiani, que faz parte da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabolismo (SBEM), ressalta a existência de distorções no uso dos medicamentos. "Há uma elite muito bem servida comprando esse tipo de medicação de forma indiscriminada, e há gente que precisa e não consegue ter acesso devido ao preço". Com preços mais baixos, ele acredita que o serviço público permitirá maior acesso e haverá um controle maior no uso.

 

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