
Colunista de Economia, Neila Fontenele já foi editora da área e atualmente ancora o programa O POVO Economia da rádio O POVO/CBN e CBN Cariri.
Colunista de Economia, Neila Fontenele já foi editora da área e atualmente ancora o programa O POVO Economia da rádio O POVO/CBN e CBN Cariri.
Os candidatos à Prefeitura de São Paulo roubaram a cena política nas últimas semanas. A cidade, que já foi chamada de "locomotiva econômica do País", mostra através do seu processo eleitoral a pobreza dos discursos, com provocações e até uma cadeirada.
Vale lembrar: por muito menos, mulheres candidatas já foram chamadas de "histéricas e desajustadas". Talvez, por essa razão, muitas tenham preferido uma participação apática ou apenas uma reprodução de modelos oriundos do machismo estrutural, através da repetição de posturas consideradas masculinas, ou ainda uma participação como vice e sem muita eloquência.
Diante dessas condutas, uma voz feminina vem sendo solicitada no cenário político local: a liderança da ex-prefeita e deputada federal Luizianne Lins passou a ser chamada de "importante", embora a sua presença também incomode os partidos. Luizianne sempre foi um osso duro de roer: tem personalidade e não recua facilmente diante dos desafios. Por essa razão, o seu apoio está sendo reivindicado - mas com moderação...
Temos participações históricas de mulheres no campo da esquerda cearense: Luizianne Lins, Maria Luiza Fontenele e Rosa da Fonseca estão entre elas. Vozes femininas que lutam não apenas contra o machismo na política, mas também pelos seus ideais. Infelizmente tem sido difícil a formação de sucessoras, com a presença de um "clube do bolinha" ainda muito forte. No campo da direita, a situação talvez ainda seja mais difícil, com a dificuldade de liberação de vozes mais eloquentes.
No Ceará, embora o nível de agressões até agora não tenha alcançado o patamar paulistano, a campanha segue também com uma pobreza preocupante, sem grandes novidades. Em conversas com motoristas de aplicativos é possível perceber o desânimo: "Esses políticos são todos iguais", "Não vejo ninguém confiável" e "Todos farinha do mesmo saco" são algumas frases recorrentes.
O fato é que, nestas eleições, parece que demos alguns passos para trás, um momento triste para a nossa frágil democracia. Apesar disso, não podemos desistir. Esse é o único instrumento encontrado até agora para a criação de gestores representativos da sociedade para a administração pública.
Que fique a lição para os partidos: é preciso a abertura para a formação de novos quadros, principalmente com maior participação das mulheres! Afinal, representamos 51,5% da população brasileira.
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