Neila Fontenele é editora-chefe e colunista do caderno Ciência & Saúde do O POVO. A jornalista também comanda um programa na rádio O POVO CBN, que vai ao ar durante os sábados e também leva o nome do caderno
Neila Fontenele é editora-chefe e colunista do caderno Ciência & Saúde do O POVO. A jornalista também comanda um programa na rádio O POVO CBN, que vai ao ar durante os sábados e também leva o nome do caderno
A empresa Cause e o instituto de pesquisas Ideia fizeram um levantamento e constataram que "ansiedade" (22%) foi a palavra de 2024 no Brasil. Também foram citados termos como "resiliência" (21%), "inteligência artificial" (20%), "incerteza" (20%)
e "extremismo" (4%).
As expressões escolhidas refletem bem as questões do dia a dia brasileiro e o posto ocupado pela saúde mental como uma das maiores urgências do País. Com a maior velocidade dos acontecimentos e a utilização de novas tecnologias, tem ficado cada vez mais difícil processar tanto as demandas vindas de todos os lados quanto os mundos paralelos criados pelas redes sociais.
A "ansiedade" ganhou forma de personagem; se transformou em um objeto externo; deixou de ser uma sensação e passou a ter vida própria, algo que toma conta do corpo, como se não fizesse parte dele. Muitos tratamentos seguem a mesma ordem de pensamento: "tome esse remedinho aqui"; "pule três ondinhas"; e coisas assim. Nada contra medicamentos ou ondinhas mas, se há ansiedade, é porque alguma coisa não está fazendo bem e isso deve ser tratado.
A ideia do homem-máquina que "pifa" diante do uso parece se consolidar mais fortemente agora; junto com isso, vem o medo humano de ser substituído por suas criações. Desde a estátua de Moisés, feita por Michelangelo, há um certo assombro com as obras criadas pela humanidade: "parla!".
Atualmente, temos vários recursos que cumprem este papel e, com a inteligência artificial, as criações passaram a falar em várias línguas. A questão não é mais falar, mas criar os recursos para uma das maiores demandas humanas: ser ouvido. As providências da tecnologia também já procuram solução para esse problema.
Numa série de reportagens do programa de TV "Fantástico", chamada de "Mentes Digitais", foi citada a criação de um psicólogo-robô, ainda em fase experimental. Esse robô seria capaz de avaliar as expressões dos pacientes, um equipamento para desempenhar diversos papeis nesse mundo ansioso.
A pergunta é: o que um robô escuta? Ele escuta ou interpreta? E para onde irão os dados dessas observações tecnológicas? São muitas as questões para um mundo ansioso que tenta ser resiliente. n
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