Neivia Justa é jornalista, empreendedora, palestrante, mentora, professora, fundadora e líder da JustaCausa, com 30 anos de experiência como líder de Comunicação, Cultura, Diversidade, Equidade e Inclusão em empresas como Natura, GE, Goodyear e J&J. Criadora do programa #LíderComNeivia e dos movimentos #OndeEstãoAsMulheres e #AquiEstãoAsMulheres, foi a vencedora do Troféu Mulher Imprensa e do Prêmio Aberje 2017 e, em 2018, foi eleita uma das Top Voices do Linkedin Brasil
O que mais me incomodou nas duas histórias foi o fato de retratarem mulheres que, apesar de toda sua grandeza, talento e competência, foram reduzidas a uma suposta dependência emocional de um homem
Ir ao cinema semanalmente é um hábito que cultivo desde a adolescência. Durante a pandemia, tive que aprender a assistir filmes em casa, mas, felizmente, pude retomar minha rotina cinéfila desde o começo de 2023.
Esta época do ano é a que eu mais gosto: a maratona para assistir aos filmes indicados ao Oscar, antes da cerimônia de premiação, me enche de curiosidade e entusiasmo. E, obviamente, nosso filme "Ainda estou aqui", trouxe um gostinho todo especial a essa edição.
Por conta do Globo de Ouro de melhor atriz de drama conquistado por Fernanda Torres e o próprio calendário de lançamento dos filmes no Brasil, priorizei, nas últimas semanas, assistir "Babygirl e Maria", protagonizados por Nicole Kidman e Angelina Jolie, respectivamente. As duas concorreram e perderam para Fernanda na premiação global do começo deste mês.
Propositalmente, para não ter expectativas em relação a nenhum dos dois filmes, fiz questão de entrar na sala sabendo apenas o básico dos enredos: Nicole interpreta a história de uma CEO que se envolve sexualmente com um novo estagiário e Angelina encarna a cantora Maria Callas na sua última semana de vida em Paris.
Poder, desejo e controle estão no cerne de Babygirl. Logo no início da trama, você descobre que a CEO poderosa, respeitada e admirada, linda e chique, bem casada e mãe de duas adolescentes, é sexualmente insatisfeita. Por algum trauma do passado vagamente comentado. A chegada do novo estagiário desperta nela uma curiosidade que beira o fascínio, gerando um ímpeto incontrolável de se permitir viver experiências inéditas e ser dominada, colocando toda sua reputação em risco.
Maria, por sua vez, retrata como, na visão do diretor do filme, teria sido a última semana de vida de uma infeliz, frustrada, solitária e alucinada artista excepcional.
Foi interessantíssimo ver atrizes maduras, Kidman com 57 anos e Jolie com 49, interpretando papéis complexos e desafiadores. A atuação de Angelina é impressionante, mas o filme é arrastado, angustiante e confuso. A personagem de Nicole não me convenceu. Talvez porque eu me recuse a acreditar que uma mulher seja capaz de colocar sua carreira e sua família em risco por conta de um desejo sexual.
Certamente, o que mais me incomodou nas duas histórias foi o fato de retratarem mulheres que, apesar de toda sua grandeza, talento e competência, são reduzidas a uma suposta dependência emocional de um homem. Quando você assistir, me conta, o que achou?
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