Neivia Justa é jornalista, empreendedora, palestrante, mentora, professora, fundadora e líder da JustaCausa, com 30 anos de experiência como líder de Comunicação, Cultura, Diversidade, Equidade e Inclusão em empresas como Natura, GE, Goodyear e J&J. Criadora do programa #LíderComNeivia e dos movimentos #OndeEstãoAsMulheres e #AquiEstãoAsMulheres, foi a vencedora do Troféu Mulher Imprensa e do Prêmio Aberje 2017 e, em 2018, foi eleita uma das Top Voices do Linkedin Brasil
À sua maneira, Jorge Bergoglio me deu a esperança de que é possível construir uma Igreja católica sem corrupção, sem pedofilia e sem ostentação, verdadeiramente preocupada com os pobres e excluídos
Foto: ANDREW MEDICHINIPOOLAFP
CARDEAIS visitam o túmulo do papa Francisco na Basílica de Santa Maria Maggiore
Eu tinha 15 anos, estava me preparando para a Crisma e tinha acabado de conhecer a Itália, quando comecei a me desiludir com a Igreja Católica.
Eu, que cresci vendo minha mãe e seus irmãos pedindo a benção aos meus avós, estudei a vida inteira em colégios católicos, fiz a primeira comunhão vestida de "freirinha" e não perdia por nada a missa do padre Ximenes nas minhas férias em Santa Quitéria, levei muito tempo para entender o quanto a ostentação do Vaticano havia abalado minha fé adolescente.
Fato é que fui crismada e, até entrar na faculdade, ainda tinha vontade de viajar para os encontros de jovens do Santo Inácio, algo que meu pai nunca permitiu. Dessa forma, toda minha vida religiosa se resumia a ir à "Paqueróquia" da Paz na missa dominical, além de batizados, casamentos e funerais.
Mudei para São Paulo e deixei meu passado religioso guardado em alguma gaveta do meu quarto. Viajei muito, visitei igrejas ao redor do mundo, inclusive em Israel, mas nada me tocou verdadeiramente.
Não pude casar na igreja pois meu marido era divorciado. Curiosamente, nossas duas filhas foram batizadas, algo que me soava um tanto incoerente.
Quando a Luiza completou 10 anos, em 2013, tive muitas dúvidas se ela deveria fazer a primeira Comunhão. Até que conheci a Regina, uma catequista extraordinária que ensinava o catolicismo, o judaísmo, o islamismo e o budismo para as crianças e, consequentemente, para todos nós.
Foi exatamente nesse momento que Jorge Bergoglio se tornou o papa Francisco. Antes dele, eu lembrava do brevíssimo João Paulo I, de João Paulo II, o "pop", que eu vi passando de carro na frente da casa da minha avó, e do sisudo Bento XVI.
Com seu exemplo de humildade e humanidade, sua alegria, simplicidade, bom humor e autenticidade, Papa Francisco me inspirou a escutá-lo.
À sua maneira, ele me deu a esperança de que é possível construir uma Igreja católica sem corrupção, sem pedofilia e sem ostentação, verdadeiramente preocupada com os pobres e excluídos.
Franciso é a prova de que a palavra convence, mas o exemplo arrasta. Eu, que comecei minha carreira entrevistando dom Hélder Câmara, sonhava entrevistar o papa no meu programa #LíderComNeivia. Não deu tempo. Obrigada por tudo, Francisco.
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