Gaia nunca foi boa com despedidas, apesar de ter passado por muitas ao longo da vida.

Consecutivamente, viu pessoas que amava partirem e a deixarem para trás.

Achava irônico como a vida permitia que a dor fosse sempre a mesma, como se fosse a primeira vez que ela se despedisse de alguém.

Quando criança, acreditava que essas mudanças faziam parte do fardo de se tornar adulta.

Repetia para si mesma que o Destino tinha as suas razões e que um dia, tudo faria sentido.

Porém, logo percebeu que nunca encontraria sentido algum naquilo.

Procurou ajuda na terapia, sentia-se corajosa por isso, não podia negar.

Foi então que a psicóloga sugeriu que ela escrevesse sua história como se fosse uma carta dirigida a si mesma.

"Essa será a sua chance de se perdoar", disse a psicóloga.

O que ninguém esperava, nem mesmo a psicóloga, era que Gaia não fosse aparecer nunca mais.