Logo O POVO+
FL
Foto de O POVO Educação
clique para exibir bio do colunista

Espaço dos correspondentes escolares do Programa O POVO Educação 2021. O programa reúne 140 jovens estudantes do ensino fundamental das redes pública e privada de Fortaleza. Os correspondentes participam de oficinas nas quais aprendem a editar jornais, roteirizar podcasts e apresentar programas de rádio, entre outras atividades

FL

2204 OP EDUCACAO (Foto: Carlus Campos)
Foto: Carlus Campos 2204 OP EDUCACAO

Eu já não ouço a sua voz rouca, já não vejo o seu sorriso cínico e os seus olhos vazios já não me são uma ameaça. Reaprendi a andar e a reconhecer em minhas entranhas o seu veneno e o meu mel, que como água e óleo não se misturam. Você é a matriz de uma grande parte do meu caos. O seu ser caótico e egóico foi perverso, mas não o suficiente para ser a minha ruína, ainda que eu tenha vindo a ruir. E sim, deixei as minhas verdades para entrar nas suas ao som de sua voz, que soava como uma melodia alucinógena. Resolutamente fui ao meu íntimo para molhar- no com o antídoto de combate à você: eu. Eu sou a minha própria cura, o meu antídoto para todos os meus males, a minha própria heroína. Não, não vou dizer que os seus rastros não estão mais aqui porque estão. Mas os meus passos estão fazendo de seus rastros as minhas cicatrizes de guerra. Você é uma história ruim que acabou em poesia porque eu sou mais poema do que mulher. E é claro que isso vai soar pouco verídico para você já que esteve por tanto tempo no controle ou achou que estivesse. A verdade é que o controle sempre esteve comigo, ninguém além de mim carrega algo tão poderoso que seja capaz de me reduzir à um montante de fragilidades, incertezas e ao fim. Você só foi a minha laranja por um tempo. Uma laranja podre para ser honesta. Esse texto é não para dizer-te que as suas mãos perderam força e a minha alma, tampouco para pedir-me perdão por ter aceitado tão menos do que mereço, por ter tido tão pouco cuidado comigo ao aceitar você. Não, não. Esse texto é para me dizer que eu me perdoo, para dizer-te que 133 o seu veneno já não me envenena. E que o cálice do meu sabor de vida é vivido, transborda até inundar. Além de verdade, eu sou inundante! E não há nada de errado em ser enchente ao invés de garoa.

Foto do O POVO Educação

Ôpa! Tenho mais informações pra você. Acesse minha página e clique no sino para receber notificações.

O que você achou desse conteúdo?