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55 anos queo homem pisou na lua,em 20 de julho de 1969
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A história do Ceará e do mundo desde 1928, narrada pelas lentes do acervo de O POVO

55 anos queo homem pisou na lua,em 20 de julho de 1969

O homem pisou afinal o solo da Lua, concretizando um velho sonho, tornando realidade o que durante longo tempo pertenceu ao terreno da mera fantasia
Homem na lua! (Foto: acervo opovo.doc)
Foto: acervo opovo.doc Homem na lua!

* desde 1928: As notícias reproduzidas nesta seção obedecem à grafia da época em que foram publicadas.

 

21 de julho de 1969

Homem na lua!

"Este é um pequeno passo para o Homem, um gigantesco salto para a Humanidade" - estas foram as primeiras palavras do astronauta Neil Armstrong, comandante da missão Apolo 11, ao tocar com os pés a superficie da Lua. Durante três longas horas, Armstrong e Edwin Aldrin manteve em suspense tôda a Terra enquanto se preparavam, ao interior do módulo lunar, batizado de "Aguia", para iniciar a histórica exploração da superficie selência. Armstrong, por motivos técnico, pisou primeiramente com o pé esquerdo o solo lunar. Dando suas primeiras impressões, declarou: "É diferente, mas é tudo muito bonito." Na televisão, a imagem em preto-e-branco era um tanto espasmódica, como nas peliculas da década de 20, mas tornou-se emocionante, pois mostrava os primeiros passos de um ser humano na superficie de um outro corpo celeste. Em seguida, os astronautas deram inicio as suas tarefas, plantando uma bandeira dos Estados Unidos no solo lunar e catando amostras de rocha para serem estudadas na Terra.

 

Os grandes dividendos da conquista da lua - Editorial

O homem pisou afinal o solo da Lua, concretizando um velho sonho, tornando realidade o que durante longo tempo pertenceu ao terreno da mera fantasia. Deixou de ser assim um prisioneiro da Terra, um ente oprimido pelo sentimento de impotência diante da vastidão do espaço cósmico.

Pergunta-se que benefícios poderá trazer ao nosso angustiado planeta esta conquista histórica. É indiscutivel a sua importância no plano do conhecimento, no prolongado esfôrço humano para compreender a origem do Universo. Tal conhecimento não importa apenas ao cientista. Importa ao homem de modo geral pois dêle depende sua capacidade de dominar os elementos naturais, dêle depende sua própria liberdade, pois esta foi definida como sendo o conhecimento da necessidade.

Mas o feito dos astronautas não pode ser visto e avaliado apenas pelo seu último e sensacional lance. É preciso encará-lo em seu encadeamento tecnológico para compreender o valor exato de tudo o que foi feito. Embora muitos se inclinem a considerar a corrida espacial como um exercicio luxuoso de nações ricas e poderosas, como os Estados Unidos e a União Soviética, embora se costume lamentar que 24 bilhões de dólares e vários bilhões de rubros tenham sido empenhados na aventura lunar enquanto há pobreza e fome na Terra, é necessário pensar no que foi produzido efetivamente por essa corrida.

Desde que o primeiro satélite artificial foi colocado em órbita da Terra o homem realmente produziu muito no campo da ciência e da tecnologia, afetando diretamente os processos de produção. No ano passado, calculava-se que pelo menos 59 mil artigos e processos novos da indústria, a agricultura e dos diversos sistemas de transporte.

Mas é preciso calcular também os notáveis progressos alcançados no campo das comunicações e da previsão e contrôle do tempo. Estão neste campo, realmente, os efeitos maiores. Com respeito às comunicações, a própria facilidade com que o homem comum pôde acompanhar em quase todo o mundo a descida dos astronautas na Lua já é uma prova de progresso quase inacreditável que se alcançou , progresso impulsionado pela extraordinária quantidade de trabalho empregada nos laboratórios espaciais. Por outro lado, estão no espaço os satélites meteorológicos, que tendem a prestar cada dia maiores serviços à humanidade, advertindo constantemente sôbre as mudanças, do tempo, tão importantes para a produção.

O que há a lamentar é apenas que os frutos da alta tecnologia desenvolvida em função da conquista da Lua e da exploração do espaço estejam fora do alcance de centenas de milhões de seres humanos, que vivem em condições de grande atraso. Cabe aos povos subdesenvolvidos reivindicar êste direito e às grandes nações avançadas reconhecê-lo, dentro de uma nova filosofia das relações internacionais.

O homem engrandeceu-se muito com a viagem à Lua. Mostrou-se, realmente, um ser superior, capaz de vencer os maiores obstáculos. Mas êle precisa engrandecer-se também nas relações comuns, pondo fim sobretudo ao egoismo que tem contribuido tanto para que uns poucos sejam riquissimos enquanto a maioria vive na miséria. A era espacial deve ser também a era de uma cooperação mais fraterna entre os homens de tôdas as latitudes.

Apolo 11 retorna à Terra

Após empreender com total êxito a missão de exploração lunar, os astronautas Neil Armstrong e Edwin Aldrin iniciaram esta tarde o retôrno a uma órbita de aproximação com o Módulo de Comando, ao qual a "aranha" lunar vai se acoplar. Sua caminhada na Lua teve a duração de duas horas e meia e, no solo selênico, ao todo, os astronautas passaram cêrca de 21 horas. Às 14h50m, os motores do LEM foram acionados e funcionaram normalmente levando os dois astronautas ao encontro da nave-mãe que se encontra a uma altitude variando entre 17 e 83 quilômetros.


O POVO acerta passo com a era espacial

A edição-extra com que O POVO noticiou e celebrou, na manhã de hoje, o grande feito dos astronautas norte-americanos, foi entusiasticamente disputada pelos milhares de leitores do "jornal das multidões" nas bancas e demais pontos de venda. Todos queriam guardar como relíquia de grande valia, no futuro, a edição que trazia a manchete histórica - HOMEM NA LUA! - e estampava as primeiras rádiofotos distribuidas pela "Associeted Press" documentando a descida de Armstrong do módulo lunar para o solo da decantada Selene.

O POVO foi, com efeito, o primeiro jornal cearense a sair à rua, com amplo material fotográfico e noticiário da "AP", dando conta ao homem comum- ainda atônito com o grande feito da tecnologia americana - dêsse acontecimento que abre uma nova etapa no desenvolvimento da humanidade e nas relações entre os povos. Vale ressaltar que a "edição-extra" do O POVO - 12 páginas - chegou às mão dos leitores sem prejuizo da edição do matutino "Tribuna do Ceará", atualmente composto e impressos em nossas oficinas gráficas, nem da sua própria edição vespertina. Isto diz, por si só, do esfôrço empreendido, conjuntamente, por diretores, redatores, e gráficos no sentido de manter êste jornal numa posição que se compagine na época em que vivemos, marcada por verdadeira revolução nas comunicações.

O POVO celebrou, assim, o ousado feito dos astronautas norte-americanos com uma edição que reflete, em si mesma, o grande avanço da tecnologia das comunicações. E entra, com o pé direito, na era das grandes conquistas espaciais - da era em que o homem transpõe os limites do globo terráqueo e penetra, individualmente, nos mistérios da Lua, que é agora, a "Base da Tranquilidade".

Os grandes dividendos da conquista da lua

Desde que o primeiro satélite artificial foi colocado em órbita da Terra o homem realmente produziu muito no campo da ciência e da tecnologia, afetando diretamente os processos de produção.

No ano passado calculava-se que pelo menos 80. 000 artigos e processos novos de indústria norte-americana haviam resutado diretamente das experiências e pesquisas feitas pelos laboratórios espaciais. Muitos dêsses artigos estão nas cozinhas, outros estão incorporados às práticas comuns da in, da agricultura e dos diversos sistemas de transportes.

A repercussão em todo o mundo

Washington, Londres, Nova Iorque, 21 - "Êste é um dos grandes momentos de nossa era". Foi o que afirmou o presidente Richard Nixon, ao assistir na Casa Branca, pela televisão, a descida do Módulo Luna na superficie selênica.

O Secretário de Imprensa da Casa Branca, Ronald Zieger mencionou as declarações do mandatário norte-americano depois de ouvir as palavras de Nixon, ao comentar o grande feito com os funcionários da Presidência, pouco depois da alunissagem.

 

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