
A história do Ceará e do mundo desde 1928, narrada pelas lentes do acervo de O POVO
A história do Ceará e do mundo desde 1928, narrada pelas lentes do acervo de O POVO
* desde 1928: As notícias reproduzidas nesta seção obedecem à grafia da época em que foram publicadas.
Rio, 12 A B - Foi decretado, pelo Governo, o ponto facultativo nas Repartições Publicas, segunda-feira, em homenagem ao dia do Cristo Redentor do Corcovado, tendo essa medida enchido de jubilo todas as classes. Apesar disso, os Bancos funcionaram, embora encerrando o expediente mais cedo.
Rio, 12 A B - As chuvas de hontem, que foram copiosas, prejudicaram em grande parte os festejos da inauguração do monumento de Cristo Redentor, no Corcovado. Os engenheiros dão a estatua de Cristo como pesando setecentas toneladas.
Rio, 12 AB - Ante hontem houve Missa Pontifical, na Igreja da Candelaria, atingindo o cerimonial liturgido ao maximo esplendor Milhares de fieis enchiam a deslumbrante Igreja, extravasando pela rua. Depois da missa, imponentissimo cortejo, formado pelo clero e milhares de peregrinos e fieis, atravessou as ruas centrais da cidade. As cerimonias se desenrolaram sob grande emoção do povo, que acompanhou todos os atos com verdadeira piedade religiosa. D. João Augusto Alvaro da Silva, Arcebispo da Baia e Primaz do Brasil, pronunciou admiraveis palavras de exortação aos fieis. A pregação versou sobre o Historico Sentimento Religioso do Brasil e constitui inesquecivel nota da semana dedicada ao Cristo Redentor do Corcovado. As palavras arrebatadoras de D. João Augusto arrancaram delirantes aplausos aos fieis, que aclamavam o seu nome numa revoada de palmas.
Rio, 13 A B - Os chuviscos incessantes que cairam hontem, sob o Rio, impediram que as festas em homenagem ao Cristo Redentor tivessem o encanto e a beleza que se esperava. Hontem, que era o dia destinado para a admiravel procissão, em que o Rio de Janeiro deveria patentear a sua fé catolica, amanheceu neveonto e frio, castigado por uma chuva pequenina, cortante e continuada. O programa para as festividades, por isso, teve que ser sacrificado, o que causou verdadeiro constrangimento á população.
Apezar de todos os contratempos, a solenidade da inauguração do Cristo Redentor, do Corcovado, não perdeu a sua imponencia e sumptuosidade. O exito verificado foi sem par. O Chefe do Governo Provisorio, dr. Getulio Vargas, acompanhado por sua senhora, todos os Ministros de Estado, altos representantes do Governo, jornalistas, senhoras e cavalheiros da alta sociedade carioca, o clero incorporado e comissões de todas as classe, estiveram presentes ao ato solene da inauguração. O cerimonial teve incio precisamente ás dez e trinta. Durante a missa, que foi rezada sob o mais religioso silencio e compunção, o ministro José Americo de Almeida permaneceu todo tempo de joelhos. A missa foi rezada pelo Nuncio Apostolico, que se mostrava emocionado pelo imponente espetaculo que era aquela grande cerimonia de piedade.
Depois da missa, falou d. Becker, arcebispo de Porto Alegre, que emocionou a assistencia pela eloquencia formidavel de seu discurso. As palavras do ilustre Principe da Igreja Catolica foram de exortação á fé religiosa do Brasil e de bençam ás almas filhas da Caridade e escravas da fé pela esperança da salvação, em nome de Deus e em sacrifico pela Patria. D. Becker teve uma eloquencia que extasiou, parecendo inspirado pela fé Divina. Suas palavras, na tarde fria e pardacenta de segunda-feira, reboavam, arrancando, por vezes, lagrimas de piedade da assistencia.
Findo o discurso de d. Becker, falou o dr. Fernando de Magalhães, lendo uma das paginas mais brilhantes sobre a historia do catolicismo, rememorando passagens biblicas de perseguição, de onde a eloquencia da fé cristã saia mais robustecida e mais inflamada, arrojandos-se ao sacrificio conscientemente, impondo-se á admiração do mundo, pela honestidade da sua pregação, que se consubstanciava numa esperança serena e numa fé inabalavel na Justiça de Deus. As ultimas palavras do dr. Fernando de Magalhães foram abafadas por uma revoada de palmas. Em seguida, orou o sr. Rego Monteiro, pronunciando linda e sentida oração civica. Procedeu-se, depois, á inauguração do monumento, finda o qual d. Sebastião Leme, num gesto de gentileza elogiavel, ofereceu um punhado de flores á senhora dr. Getulio Vargas.
Tiveram pomposo realce, nesta capital, os festejos comemorativos da inauguração da colossal estatua de Cristo Redentor, no pico do Corcovado, na cidade de S. Sebastião do Rio de Janeiro, capital da Republica.
O programa, que teve suntuoso desempenho, constou das seguintes partes:
As 12 horas - Repiques de sinos em todas as igrejas, girandolas de fogos e salva de 31 tiros.
Ás 17 horas - Te Deum, em ação de graças, em frente á Matriz de N. S. do Patrocinio, (Praça José de Alencar) que foi assistido por todas as corporações católicas, escolas, associações e o povo em geral, calculando-se em dez mil pessoas a multidão que permaneceu na vasta praça em que está situada a Matriz.
Na fachada do templo, havia um alto falante instalado pela Casa Dumar, atravez do qual se fez ouvir o dr. Andrade Furtado, professor da Faculdade de Direito e diretor do orgam católico.
Findo o discurso do citado periodista, teve início o Te Deum celebrado pelo revmo monsenhor Otavio de Castro, acolitado por diversos sacerdotes.
Em seguida, a Banda da Força Pública entoou o Hino NacionaL
Ás 18 horas findo a cerimonia da Matriz do Patrocínio, começou a desfilar o grandioso cortejo, em procissão até á Praça do Seminario, onde se ergue o monumento que os trabalhadores católicos erigiram a Cristo Redentor, em 1922.
Durante a marcha, em que tomaram parte todas as corporações católicas, diversas associações e escolas da capital, ouviam-se canticos religiosos.
Quando o cortejo alcançou a praça do Seminario, já era enorme a multinão que ali o esperava, elevando-se a colossal assistencia a cerca de 12 mil pessoas.
Seriam 19 horas, quando o tenente do Exercito Severino Sombra, subindo os degráus da base do monumento, falou, em nome da Legião Cearense do Trabalho, em discurso vibrante, formulando conceitos arrojados sobre a Revolução em suas relações com o catolicismo.
Foi essa a ultima parte dos festejos, em seguida á qual a multidão começou a dispersar-se.
A comissão organizadora das festas foi a seguinte:
Mons. Antonio Tabosa Braga, des. Olivio Dornelas Camara, des. Abner Vasconcelos, dr. Francisco Menezes Pimentel, dr. Manuel Antonio de Andrade Furtado, Alvaro de Castro Correio, tte. Severino Sambra, tte. Jeová Mota
7 de outubro de 1931
Rio, 7 A.B - Prosseguem imponentissimas as comemorações da Semana Catolica. A sessão solene de hontem foi presidida pelo bispo de Niteroi. O sr. Conde de Afonso Celso falou ao microfone, produzindo belissima alocução. A população acompanha interessada as comemorações em honra ao Cristo Redentor. Quinta-feira, o dr. Pedro Ernesto, interventor do Distrito Federal, discursará ao microfone, dizendo da importancia da inauguração de monumento de Cristo no Corcovado Hontem, houve missa no Convento de Santo Antonio, que teve grande concurrencia. O Largo da Carioca estava repleto de fieis.
Rio, 7 A B - A perigrinação sul-riograndense que vejo assistir a inauguração de Cristo Redentor, no Corcovado, é composta de cento e seis excursionistas, sob a direção espiritual de D. João Beeker, arcebispo de Porto Alegre.
Rio, 7 A.I. - Ativam-se os preparativos para a inauguração do monumento a Cristo Redentor. O inventor Marconi, por iniciativa dos Diarios Associados, iluminará o monumento do seu hiate, em Genova. Esse será um dos maiores acontecimentos do mundo. Diariamente chegam ao Rio romeiros de todas as partes.
17 de setembro de 1931
Rio, 17 (A I) - Ativam-se os preparativos para a inauguração do monumento a Cristo Redentor no Corcovado. O arcebispo do Rio Grande do Sul D. João Backer, foi convidado para discursar por ocasião daquela solenidade. No Rio está sendo esperada grande caravana de catolicos que vem assistir aos festejos.
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