
A história do Ceará e do mundo desde 1928, narrada pelas lentes do acervo de O POVO
A história do Ceará e do mundo desde 1928, narrada pelas lentes do acervo de O POVO
* desde 1928: As notícias reproduzidas nesta seção obedecem à grafia da época em que foram publicadas.
Um apagão atingiu todo o Nordeste no início da madrugada de hoje, além de Minas Gerais e Brasília. Em Fortaleza, o blecaute começou às 23h30min e durou pouco mais de uma hora.
A falta de energia ocorreu um ano depois do último apagão, em 10 de fevereiro, quando um problema na linha de transmissão na Chesf deixou o Nordeste no escuro.
Segundo informações da Companhia Hidro Elétrica do São Francisco (Chesf), divulgadas pelo jornal A Tarde, uma linha de transmissão entre Sobradinho (BA) e a cidade de Petrolândia (PE) saiu de operação, desarmando a subestação da Usina Hidrelétrica Luiz Gonzaga.
O problema afetou estações que alimentam o Nordeste, e a energia começou a retornar a partir da 0h30min (horário de Fortaleza). A diretoria do Operador Nacional do Sistema de Energia, responsável pela Chesf, se reuniu a uma hora da manhã. A assessoria deve divulgar uma nota hoje.
Segundo a Coelce, o problema não foi causado no Ceará. De acordo com o jornalista do O POVO Rogério Gomes, que estava no Hospital da Unimed durante o blecaute, era "muita gente no escuro". "No hospital, o gerador estava funcionando. Pacientes de UTI tiveram tratamento normal", assegurou. "Na parte de emergência, todo o procedimento era manual, sem os computadores", contou.
Desde o início do apagão, houve relatos em redes sociais, como o microblog Twitter, sobre o blecaute em vários estados. Alguns serviços essenciais, como Polícia, Bombeiros e Samu, foram interrompidos.
A escuridão fez par com o calor. No Montese, Damas, Jardim América e Itaoca, muitos foram à rua em busca de informações. Por volta da meia-noite e meia, a energia começou a voltar, aos poucos, nos bairros de Fortaleza. No Conjunto Ceará e na região da avenida José Bastos, a luz foi restabelecida por volta da 0h50min. Na Maraponga, só voltou a 1h15min.
5 de fevereiro de 2011
Vários estados do Nordeste, inclusive o Ceará, foram atingidos por um apagão, na noite de quinta-feira, no sistema de distribuição elétrica. Embora a duração tenha sido de cerca de uma hora, os prejuízos e transtornos de várias ordens não puderam ser evitados, como sempre ocorre nesses casos.
Segundo a Companhia Hidroelétrica do São Francisco (Chesf) a causa foi uma falha no circuito eletrônico da subestação Luiz Gonzaga, no município de Jatobá, em Pernambuco: um componente eletrônico (a cartela), por conta de um defeito, emitiu uma ordem para desligar a subestação, o que terminou atingindo, inclusive, os sistemas das usinas Xingó, Paulo Afonso e Luiz Gonzaga.
Como a questão é técnica, não nos cabe avaliar se as informações correspondem exatamente ao que se passou. Evidentemente, qualquer sistema está sujeito a falhas, mas, como se trata de algo capaz de afetar profundamente a vida de uma sociedade complexa, como a brasileira, totalmente dependente da eletricidade para manter-se funcionando, é de se esperar que esse tipo de falha tenha uma ocorrência mínima, dadas as consequências desastrosas que enseja.
A primeira impressão é que a tecnologia utilizada no sistema brasileiro (que talvez não difira da existente nos países mais avançados) ainda não atingiu o nível de segurança desejável. Supõe-se que deveriam existir várias alternativas, automáticas, quando uma peça falhasse, impedindo o desencadeamento de um apagão. Especialistas têm dito que é possível imprimir mais segurança no sistema atual, mas seria ilusório imaginar que atingisse a invulnerabilidade.
A palavra, certamente, está com os técnicos. Da parte da sociedade, a expectativa é que haja transparência na abordagem da questão para que se saibam quais as falhas existentes e se é possível evitá-las de uma forma mais eficaz.
Seria também ingenuidade esperar que os aspectos políticos da questão não sejam aproveitados por quem pretende ampliar os próprios espaços políticos. Isso é inevitável e faz parte do sistema político em que vivemos. O importante é que enseje um movimento real propositivo, com vistas a encontrar soluções factíveis e não apenas criar um ambiente de oportunismo demagógico.
Os cidadãos esperam apenas que, tanto as autoridades responsáveis como os seus críticos atuem de forma transparente e positiva para que as soluções sejam encontradas o mais breve possível.
Eram quase 23 horas e 30 minutos e as luzes começaram a oscilar em Fortaleza. Em minutos tudo escuro na capital cearense no início da madrugada de quinta para sexta. Pelas redes sociais os insones descobriram que o problema tinha um grande alcance e atingia também Alagoas, Sergipe, Pernambuco, Paraíba, Bahia, Rio Grande do Norte e Piauí segundo o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS).
A lembrança do mês de fevereiro do ano passado era inevitável. Foi há quase 12 meses (10/2/2010) que todos os estados do Nordeste foram atingidos por um outro apagão. Causado por um problema nas linhas de transmissão que cortam as regiões Norte e Sudeste, o escuro do passado durou 40 minutos.
E quando esse apagão de 2010 veio na memória, os brasileiros lembraram-se de mais um ano para trás, quando 18 estados tiveram o fornecimento de energia interrompida, desta vez por causa de três linhas de transmissão da usina hidrelétrica de Itaipu, no Paraná, que foram desligadas. Na época o motivo não foi bem explicado.
De acordo com o professor da Universidade Federal do Ceará (UFC), Tomaz Nunes Cavalcante Neto, que é mestre em distribuição de Energia Elétrica e especialista em Economia de Energia diz que a probabilidade é pequena, "mas que outro apagão pode acontecer, ah, isso pode."
Ele deixa claro que o período ser o mesmo de outros apagões não passa de uma coincidência e explica que o sistema brasileiro funcionou da maneira correta, como tinha que ser, e evitou que o País sofresse maiores consequências com a falta de energia, que poderia se prolongar.
Mas a questão, de acordo com o professor, é mais complicada. "Nós temos a energia mais limpa e barata do mundo, que é gerada pelas hidrelétricas, mas a água para isso está em locais concentrados e específicos e por isso nossas linhas de transmissão de energia são longas e interligadas", lembra.
A logística da distribuição faz com que a energia não possa ser armazenada. Ou seja, foi gerada, tem que ser distribuída. Caso isso não aconteça por algum problema, os motores seguem produzindo sem ter para onde enviar. Para que o processo não cause defeitos severos nos equipamentos, um sistema foi desenvolvido para desligar as conexões entre eles. É o plano B. "Para ser criado um plano C, seria um custo altíssimo, inviável, para qualquer País, não só para o Brasil", ressalta.
No caso deste apagão, de acordo com a Companhia Hidroelétrica do Rio São Francisco (Chesf), responsável pelo fornecimento de energia na Região, o sistema foi desligado e as ligações interrompidas, conforme explicou o professor, mas a causa ainda é desconhecida.
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