Formada em medicina pela Universidade Federal do Ceará (UFC), residência médica em Psiquiatria pela Universidade de São Paulo (USP), Título de Especialista em Psiquiatria pela Associação Brasileira de Psiquiatria
Formada em medicina pela Universidade Federal do Ceará (UFC), residência médica em Psiquiatria pela Universidade de São Paulo (USP), Título de Especialista em Psiquiatria pela Associação Brasileira de Psiquiatria
A vida é um dia. Um dia que transcorre onde estamos. A janela pode estar aberta, mas, por vezes, a vida passa por ela e não a percebemos. Como a Carolina do Chico, ele bem que lhe disse: "Lá fora, amor, uma rosa nasceu, todo mundo sambou, uma estrela caiu, o tempo passou na janela, só Carolina não viu."
Hoje à noite veremos estrelas exuberantes e cintilantes no céu. Faremos nossos pedidos e desejaremos grandes realizações para o ano que se aproxima, pois insistimos na ideia de que o que dá sentido à vida é a concretização de feitos extraordinários, algo maravilhoso, porém raro de acontecer. Mantemos a exigência de um estado de felicidade constante.
Alguns já desistiram e, após o tilintar das taças à meia-noite, ou até mesmo antes, irão dormir como de costume, desprovidos de esperança, convencidos de que a vida seguirá, sem grandes transformações, e que amanhã será mais uma quarta-feira.
Há aqueles que comemoram as grandes conquistas, mas que também são sensíveis às pequenas alegrias, como o nascer de uma rosa, tornando única uma quarta-feira qualquer. Essa é a esperança mais bonita, e todos nós podemos desenvolvê-la. É como uma espécie de lanterna interna que dispara pequeninas estrelas, que brilham em nosso peito, quando experimentamos algo verdadeiramente genuíno e simples. Aí, sim, é nesse instante que tudo se ilumina e o ano novo se revela, acontece dentro da gente e pode surgir a qualquer hora, em qualquer momento.
Ano novo é poder experimentar a liberdade de abrir a janela e olhar através dela. Observar o Sol e sentir a alegria do calor na pele e, depois que ele se põe, aceitar a melancolia que, às vezes, surge, como disse Fernando Pessoa (Alberto Caeiro): "Eu fico triste como um pôr do sol, mas a minha tristeza é sossego porque é natural e justa". Ano novo é poder contemplar a Lua e seus mistérios. Olhar o mar e admirar a maré calma e a maré revolta, sabendo que sempre se alternarão. Ano novo é surpreender-se com as árvores dançando ao vento e ser capaz de perceber o bom dia no canto dos passarinhos. Ano novo é quando, após perder o telhado, desenvolve-se a capacidade de contemplar as estrelas. Feliz ano novo! n
Ôpa! Tenho mais informações pra você. Acesse minha página e clique no sino para receber notificações.