
Doutor em Sociologia pela Universidade de Paris I. Professor do Departamento de Ciências Sociais da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e coordenador do Núcleo de Cidadania, Exclusão e Processos de Mudança (Nucem – UFPE)
Doutor em Sociologia pela Universidade de Paris I. Professor do Departamento de Ciências Sociais da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e coordenador do Núcleo de Cidadania, Exclusão e Processos de Mudança (Nucem – UFPE)
O neoliberalismo entra numa segunda onda de expansão com o trumpismo que alguns definem como tecnofeudalismo. Na primeira onda, entre os anos setenta até agora - e sobretudo com o fim da guerra fria, em 1989 -, o neoliberalismo se apoiou na ideologia da globalização que sugeria o cenário de uma ordem econômica mundial integrada.
A primeira onda pareceu transformar o planeta em um espaço aberto para a livre circulação de bens e pessoas. Na primeira onda, os States se apresentavam como um território receptivo para imigrações e um mercado atraente para empresas estrangeiras.
Mas esta estratégia liberal teve seu preço. Um deles, a onda de migrações com aumento da pobreza e de conflitos étnico-raciais. Um outro, a invasão de produtos chineses no mercado interno. Um terceiro, o mal-estar político gerado por guerras como aquelas do Iraque, Afeganistão e Síria.
Tudo isto contribuiu para mudar a opinião pública e para insuflar o racismo, o nacionalismo e a expansão do populismo de direita. Por isso, o lema trumpista agora é "Tornar a América Grande Novamente".
Esta nova onda reorganiza os polos do imperialismo entre EUA, China e Rússia marcando os novos tempos da desglobalização. Agora, os Estados Unidos são obrigados a abandonar sua política expansionista anterior com fortalecimento da ultradireita de Musk e outros.
Há muitas consequências a serem discutidas neste novo momento, sobretudo para a América Latina que recebeu a ideologia da globalização nos anos noventa como sendo um sinal da desejada superação do "atraso". Pois esta possibilidade estava inscrita nas memórias utópicas do nacional-desenvolvimentismo.
Na prática, esta desregulamentação contribuiu para a financeirização e surgimento de uma nova dependência. Neste momento da segunda onda, então, há que se pensar como países intermediários como o Brasil podem e dever lidar com a desglobalização. O Brics é uma dessas experiências. A organização de estratégias de negociações diplomáticas prudentes entre a China e os Estados Unidos é outra.
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