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Dançando com pedras nos sapatos
Foto de Pedro Salgueiro
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Escreveu livros de literatura fantástica e de contos, como

Dançando com pedras nos sapatos

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Tipo Crônica

O chefe de redação, pelo telefone, manda me avisar, que existe um contista com um livro na praça para resenhar! Mas como não sou apenas um cronista de orelha (como um músico de ouvido), peço ajuda ao velho Nilto Maciel, que me respostou (avisando que acabara de fazer este verbete de atualização de seu "Da Quinzena ao Caos Portátil":

"A cardadura, a urdidura e as tramas da ficção e da vida não ficcional são o sangue, a seiva e a pulsação das 19 narrativas presentes neste 'A NOITE EM QUE LAMPIÃO SE RENDEU AO JAZZ E OUTRAS HESTÓRIAS'. Livro que percorre de maneira caleidoscópica temas e linguagens, cores e paisagens, fragmentos e movimentos, combinações variadas de personagens e personas - e assim, como se fosse um grande círculo que gira em torno de si mesmo a se autodevorar incessantemente para ressurgir depois de suas próprias engrenagens, uma espécie de ouroboros, este belo livro, como é da natureza dos círculos, inicia-se e prossegue (in)precisamente onde quer que o leitor queira.

Para não fica apenas na opinião do saudoso amigo, tasco telegrama ao próprio autor: Compadre Quelemém, folgo em saber que seu livro, de tão bom já esgotou antes mesmo do lançamento.

O esquivo autor, de natureza cíclica como sempre foi - natural de Crateús e residente em Sobral - (onde é professor universitário, teatrólogo, músico, filósofo... e, ufa!, escritor - em vez de respostar incumbe um personagem:

"Pelas ondas da rádio Educadora de Crateús, Joana Potó tomou conhecimento de que as frentes de serviço não mais teriam vagas naquele ano. No intervalo comercial, o radialista Raimundo Cândido conversou com o poeta Dideus Sales sobre como essa igreja de hoje estava diferente daquela da época de Dom Fragoso. Joana Potó insatisfeita desligou o rádio enquanto na cidade as pessoas se alvoroçaram com a partida entre São Vicente e Unidos do Petróleo.

Naquele dia, a emissora faria uma entrevista com o grande escritor L. G. Bonfim, que apresentaria o seu novo livro que seria lançado àquela noite no Teatro Rosa Moraes.

Depois de tanta confusão: opiniões que mais parecem confundir que informar, peço ajuda ao poeta Mairton Furtado, que vaticina:

"Em dias que a cada instante uma nova referência se põe em nossa frente lutando para tomar a influência de nosso querer, imbricar relacionações é dá-las sentido e perenizá-las. Isso é feito desde sempre na história das civilizações, no entanto, chega a nós, hoje, incontrolável e necessária pressa de intersecioná-las para que não se esvaiam, e dentro desse exercício L. G. Bonfim diante de uma gama enorme de vistas, saberes e dizeres, alicerça este seu A NOITE QUE LAMPIÃO SE RENDEU AO JAZZ E OUTRAS HESTÓRIAS, seu terceiro compilado de contos. Em 19 textos, o escritor da terra dos Caratiús traz Homero, Dostoiévski, o Jazz aos sertões, recontando-os em dupla via, além de inscrever tantas das histórias dentro das ordinariedades e desproposições do viver".

Para esclarecer, aviso que o autor é irrequieto, criativo e da rara turma dos que fogem da mesmice, seus contos, poemas, músicas, pesquisas acadêmicas são sempre procurando o novo, até seu nome artístico sofre metamorfoses desde a década de 90: Luciano G. Bonfim, Luciano Gutemberg ou o L. G. Bonfim atual.

Mas, mais que conhecer o folclore do escritor, corram atrás o seu maravilhoso "A NOITE EM QUE LAMPIÃO SE RENDEU AO JAZZ E OUTRAS HESTÓRIAS", da Editora Patuá.

Foto do Pedro Salgueiro

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