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Trump ameaça novamente desrespeitar resultado eleitoral
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Plínio Bortolotti integra do Conselho Editorial do O POVO e participa de sua equipe de editorialistas. Mantém esta coluna, é comentarista e debatedor na rádio O POVO/CBN. Também coordenada curso Novos Talentos, de treinamento em Jornalismo. Foi ombudsman do jornal por três mandatos (2005/2007). Pós-graduado (especialização) em Teoria da Comunicação e da Imagem pela Universidade Federal do Ceará (UFC).

Trump ameaça novamente desrespeitar resultado eleitoral

O assustador é que o sistema eleitoral americano é tão falho que, caso Fernandinho Beira-Mar e Ronnie Lessa fossem americanos, eles poderiam concorrer à Presidência dos Estados Unidos


— "Se tudo for conduzido de forma honesta, aceitarei de bom grado os resultados (das eleições)."

— "Serão respeitados os resultados das urnas desde que as eleições sejam limpas e transparentes."

Quem disse as frases acima? Se você responder Donald Trump, acertou. Se disser Jair Bolsonaro, marcou ponto também, pelo menos para 50% da pergunta.

A primeira declaração é de Trump, candidato a presidente nas eleições presidenciais americanas deste ano, dita neste início de abril. Como se sabe, o resultado da disputa anterior ele não aceitou, e usou a violência na tentativa de fazer valer a sua vontade. Agora, novamente candidato, repete a ameaça.

Quanto a Bolsonaro, a sua alegação foi expelida em agosto de 2022, às vésperas das eleições em que ele foi derrotado pelo atual presidente, Luiz Inácio Lula da Silva. Na sequência, todo mundo sabe o que aconteceu: a sua fuga para os Estados Unidos e a tentativa de golpe, adrede preparada. 

Segundo a agência Reuters, Trump deu a declaração, anotada acima, ao Milwaukee Journal Sentinel, respondendo a uma questão sobre o estado de Wisconsin, cujo resultado ele questionou na eleição de 2020.

Em ambos os casos, nem Bolsonaro, nem Trump, apresentam uma mísera prova das denúncias que fizeram. Mas lá, como já está ocorrendo; e cá, como acontecerá em 2026, trumpistas e bolsonaristas vão repetir essas declarações fraudulentas para espicaçarem os respectivos fanáticos extremistas. A ascensão da extrema direita, um fenômeno mundial, põe em risco a democracia e ameaça o processo civilizatório.

Segundo jornal francês Le Figaro, citado pela plataforma de notícias rFI, se Trump vencer a eleição, mesmo respondendo a 91 acusações em quatro processos criminais, vejam o que pode acontecer:

“O republicano deve se inocentar e formar seus herdeiros. Seu próximo mandato não deve ser mais o de um amador. Ele deve colocar a Justiça de seu lado para absolver seus aliados e perseguir os seus inimigos, expulsar milhões de imigrantes ilegais, suprimir a educação pública, neutralizar a Otan e reestruturar as alianças e a política exterior”. Em resumo, de acordo com Le Figaro, se reeleito, Trump vai dominar as instituições que o ameaçaram.

O assustador é que o sistema eleitoral americano é tão falho que, caso Fernandinho Beira-Mar e Ronnie Lessa fossem americanos, eles poderiam concorrer à Presidência dos Estados Unidos.

 

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