Plínio Bortolotti integra do Conselho Editorial do O POVO e participa de sua equipe de editorialistas. Mantém esta coluna, é comentarista e debatedor na rádio O POVO/CBN. Também coordenada curso Novos Talentos, de treinamento em Jornalismo. Foi ombudsman do jornal por três mandatos (2005/2007). Pós-graduado (especialização) em Teoria da Comunicação e da Imagem pela Universidade Federal do Ceará (UFC).
Quem divulga informações falsas desse calibre são organizações criminosas, toleradas pelas redes sociais, pois são sócias nos lucros: políticos e pecuniários
“Governo Lula nega que tenha patrocinado show de Madonna" é a manchete na página da revista Veja na internet. O título seria razoável se fosse a palavra de bolsonaristas contra a do presidente, sem qualquer meio de prova. Mas o fato é que o espetáculo foi patrocinado, em sua maior parte, pela iniciativa privada — sem que o governo federal tenha despendido um mísero ceitil. Portanto, o mais adequado seria “É falso que governo Lula..."
Mas não foi apenas a revista “burguesa” a escorregar no título. O portal de notícias de esquerda, Brasil de Fato, simpático ao PT, manchetou: “Governo Lula desmente fake news e afirma que não pagou por show de Madonna”. Ficaria melhor "É mentira que o governo Lula tenha patrocinado..." Pois era possível provar que se tratava de uma invenção fabricada por motivos escusos.
Mas o vício do “jornalismo declaratório” é tão forte que parece condicionar a forma de escrever e apresentar notícias, mesmo quando a verdade factual está gritando ao lado. Se serve de consolo, boa parte dos meios de comunicação cometeu deslize parecido.
No fim de semana começaram a circular informações mentirosas nas redes sociais sobre os barqueiros que faziam o resgate de vítimas, afirmando que seriam multados. A mais, que o governo federal patrocinava o show de Madonna enquanto as enchentes produziam estragos e mortes no Rio Grande do Sul. O governador do RS, Eduardo Leite (PSDB) e o ministro da Comunicação Social, Paulo Pimenta (PT-RS), precisaram vir a público para desmentir os boatos criminosos que circulavam.
Além dessas, outras falsidades proliferam, como a circulação de vídeos com tragédias acontecidas em outros países, como se fossem no Rio Grande do Sul, e afirmar que número de mortos seria muito maior do que o anunciado oficialmente.
Informação falsa também mata. Por isso, os acontecimentos reforçam a necessidade de regular as mídias sociais. Não se trata de cercear a liberdade de expressão de um eventual idiota que está no seu direito de vituperar bobagens. Quem divulga informações falsas desse calibre são organizações criminosas, toleradas pelas redes sociais, pois são sócias nos lucros: políticos e pecuniários.
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