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Depois de reportagem do O POVO, Prefeitura põe mais ônibus para circular
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Plínio Bortolotti integra do Conselho Editorial do O POVO e participa de sua equipe de editorialistas. Mantém esta coluna, é comentarista e debatedor na rádio O POVO/CBN. Também coordenada curso Novos Talentos, de treinamento em Jornalismo. Foi ombudsman do jornal por três mandatos (2005/2007). Pós-graduado (especialização) em Teoria da Comunicação e da Imagem pela Universidade Federal do Ceará (UFC).

Depois de reportagem do O POVO, Prefeitura põe mais ônibus para circular

O repórter Kleber Carvalho conferiu planilhas e provou que metade das linhas de Fortaleza havia reduzido o número de viagens

Começando o assunto de trás para frente: “Fortaleza terá 52 novos ônibus e novas rotas a partir desta quinta”, noticiou O POVO em sua edição de 15/5. Junto com o acréscimo de mais de uma cinquentena de novos veículos, o alcaide Sarto Nogueira (PDT) também deu a conhecer a abertura de dez novas rotas com veículos “modernos, com conectividade e ar-condicionado”. (Só lembrando que o ar-condicionado serve melhor aos seus propósito quando funciona, o que, de maneira geral, não é o caso nos coletivos.)

Voltando dois dias, pode-se ler na edição de 13/5 deste jornal: “MPCE solicita que Etufor e Sindiônibus se expliquem sobre a redução de ônibus em Fortaleza”. Sendo que o MPCE é o Ministério Público do Estado do Ceará; Etufor a empresa municipal, responsável pelo gerenciamento do transporte público; e Sindiônibus o sindicato que representa os proprietários das empresas de transporte urbano.

Mas por que O MPCE faria tal “solicitação” aos responsáveis pelo transporte coletivo de Fortaleza? Para entender, é preciso voltar até o dia 2 de maio deste ano, quando em manchete, O POVO informou: “Mais da metade das linhas de ônibus de Fortaleza sofreram redução de viagens”, reportagem assinada pelo jornalista Kleber Carvalho.

Com informações de que estaria ocorrendo redução do número de ônibus em circulação, o repórter consultou a Etufor sobre o assunto, mas a resposta não confirmou a queda no número de viagens. O Sindiônibus também respondeu evasivamente.

O jornalista foi, então, às provas. Compulsou as planilhas e verificou que, das rotas existentes na capital, em metade delas (154) houve queda de 26% no número de viagens, com alguns itinerários perdendo 47% dos deslocamentos.

Depois dos acontecimentos relatados acima, a edição de hoje (17/5/2024) informa que a Prefeitura resolveu alocar novos ônibus nas linhas que sofreram redução de viagens. Coincidência, não?

O fato é que o serviço oferecido à população pelas empresas de ônibus é ruim, e a fiscalização da concedente do serviço (a Prefeitura) é pior. Acrescente-se a falta de sensibilidade humana para lidar com os usuários, o setor mais vulnerável da população, que depende do transporte público.

Um exemplo foi a instalação das “catracas duplas” nos ônibus. A pretexto de evitar que alguns passassem sem pagar, humilhava os passageiros, que precisavam se espremer para passar por elas. Em boa hora foram retiradas, porém, depois de muitas queixas dos usuários e de reportagens sobre o assunto publicadas por este jornal.

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