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Mangabeira Unger: o filósofo, o "coach" e o líder da extrema direita
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Plínio Bortolotti integra do Conselho Editorial do O POVO e participa de sua equipe de editorialistas. Mantém esta coluna, é comentarista e debatedor na rádio O POVO/CBN. Também coordenada curso Novos Talentos, de treinamento em Jornalismo. Foi ombudsman do jornal por três mandatos (2005/2007). Pós-graduado (especialização) em Teoria da Comunicação e da Imagem pela Universidade Federal do Ceará (UFC).

Mangabeira Unger: o filósofo, o "coach" e o líder da extrema direita

Autor respeitado por obras nas áreas de Filosofia e Direito, o ajuntamento de Mangabeira Unger com personagens do tipo Pablo Marçal e o líder da extrema direita, Jair Bolsonaro, assemelha-se a um cruzamento de girafa com porco-espinho. Não pode gerar boa coisa
Filósofo e professor de Harvard Roberto Mangabeira Unger (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil Filósofo e professor de Harvard Roberto Mangabeira Unger

Professor de Direito na prestigiada Universidade de Harvard (Estados Unidos), Roberto Mangabeira Unger parece certos cometas que passam de tempos em tempos, brilham, e depois somem rapidamente.

A sua atuação assemelha-se ao enredo da peça teatral “Seis personagens à procura de um autor” (Pirandello). Porém, é difícil saber se Mangabeira é o personagem ou o autor. O fato é que ele está sempre à procura de alguém que lhe forneça protagonismo político, não importa se é Ciro Gomes, Lula, Dilma Rousseff ou mesmo... Jair Bolsonaro ou ainda... o "coach" Pablo Marçal.

No fim da década de 1990, ele publicou, encartado na revista CartaCapital, um livreto, em tom um tanto messiânico, com um programa econômico para o Brasil, dizendo que um “velho economista” lhe pusera simbolicamente uma “tocha” nas mãos, prometendo uma “luta de muito anos” pelo País.

Antes próximo de Leonel Brizola, fundador do PDT, Mangabeira aproximou-se de Ciro Gomes, assessorando-o nas eleições presidenciais de 1998 e 2002, dando-lhe apoio em 2022 como candidato da “terceira via”. No governo Lula, entre 2007-2009, comandou a Secretaria de Assuntos Estratégicos (SAE). No início, o nome da pasta seria Secretaria de Ações de Longo Prazo; logo apelidada de "Sealopra" — o nome foi trocado. Ainda ocupou um cargo no governo Dilma, no qual ficou poucos meses.

De volta à política tupiniquim, Mangabeira está de caso com dois personagens duvidosos, por qualquer ângulo que se analise.

O primeiro é o ex-presidente Jair Bolsonaro, com quem teve uma conversa, conforme disse em entrevista à BBC Brasil. Segundo Mangabeira (difícil saber de onde tirou essa ideia) Lula e Bolsonaro “têm o mesmo projeto” na economia e na política, que ele critica. Mas defende que Bolsonaro teria maior chance de resolver os problemas do país, se apoiasse um candidato a presidente "fora de seu círculo" mais próximo. A equação fica meio difícil, pois fora da bolha da extrema direita, quem se rebaixaria para atender as ordens estapafúrdias (e perigosas) de Bolsonaro?

Ainda tem mais, segundo o jornalista Igor Gadelha (Metrópoles), Mangabeira falou por telefone com Pablo Marçal e terão um encontro presencial "brevemente". Marçal é conhecido por divulgar informações falsas e por vender cursos para ensinar incautos um método para “ficar rico”. (#SQN)

Autor respeitado por obras nas áreas de Filosofia e Direito, o ajuntamento de Mangabeira Unger com personagens do tipo Pablo Marçal e o líder da extrema direita, Jair Bolsonaro, assemelha-se a um cruzamento de girafa com porco-espinho. Não pode gerar boa coisa. Ou, talvez, dê “certo”, dependendo do ponto de vista. Existem intelectuais que se dispõem a servir inimigos do pensamento.

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