Plínio Bortolotti integra do Conselho Editorial do O POVO e participa de sua equipe de editorialistas. Mantém esta coluna, é comentarista e debatedor na rádio O POVO/CBN. Também coordenada curso Novos Talentos, de treinamento em Jornalismo. Foi ombudsman do jornal por três mandatos (2005/2007). Pós-graduado (especialização) em Teoria da Comunicação e da Imagem pela Universidade Federal do Ceará (UFC).
Foto: Mateus Dantas em 22/08/2019; Wilson Dias/Agência Brasil; Reprodução/Instagram@pablomarcalporsp
Boulos, Nunes ou Marçal? Veja quem lidera nas pesquisas à Prefeitura de São Paulo
Um debate eleitoral, por si só, não altera significativamente a correlação de forças entre os candidatos — a não ser que aconteça um fato extraordinário. No entanto, os nomes que irão ao segundo turno nas eleições em São Paulo serão decididos pelo VAR. Portanto, qualquer deslize pode ser fatal. Isso explica a cautela dos candidatos em São Paulo, que evitaram ao máximo fazer ondas com medo de um tsunami.
Outra pergunta que sempre sucede esse tipo de evento é: quem ganhou o debate?
Para poupar o leitor de mais uma análise, que não destoaria muito das que percorrem os jornais, fiz um apanhado das opiniões de colunistas do Uol, G1 e Globo, para dar uma ideia ao leitor do que se está dizendo sobre o assunto.
A maioria dos comentaristas evitou cravar um “ganhador”, porém, os mais citados pela boa participação foram Tabata Amaral e Guilherme Boulos. Em contrário, a desempenho do atual prefeito, Ricardo Nunes, foi considerada sofrível. Marçal, por sua vez, teria sofrido alguns revezes.
Participaram do debate da Globo os candidatos mais bem colocados nas pesquisas: Guilherme Boulos (PSOL), Ricardo Nunes (MDB), Pablo Marçal (PRTB), Tabata Amaral (PSB) e José Luiz Datena (PSDB).
COMENTARISTAS DO UOL
Andreza matais Destacou como positiva o alerta de Tabata, pedido ao eleitor que votassem com “consciência” e não no “menor pior”. (Possivelmente reação a um abaixo assinado que corre pedindo “voto útil” em Boulos para garantir sua presença no segundo turno.)
Leonardo Sakamoto Nunes foi o grande perdedor, escreveu o jornalista, sem indicar quem teria sido o vencedor.
Mateus Pichonelli Guilherme Boulos foi o grande destaque, avaliou o colunista. “Conseguiu responder sem agressividade as provocações dos oponentes”. Disse que “Marçal saiu do sério quando questionado por Boulos sobre por que odiava as mulheres”.
Raquel Landim Boulos vacinou-se contra as provocações de Pablo Marçal, escreveu a jornalista. Ele apresentou um exame toxicológico para responder à provocação de Marçal de que seria usuário de cocaína. Para a jornalista, Tabata não conseguiu se destacar. (Raquel não apontou um possível vencedor.)
Reinaldo Azevedo Guilherme Boulos, de longe, teve o melhor desempenho.
COMENTARISTAS DO G1
Andrea Sadi “Quem perdeu foi Ricardo Nunes”. Ele precisava convencer o eleitor de que é o candidato que deve estar no segundo turno, mas não teria conseguido.
Julia Dualibi Comentou sobre o esforço de Pablo Marçal para se mostrar como “gestor”. (Não avaliou se conseguiu o intento.)
Natuza Neri “Guilherme Boulos teve estratégia. Ele perguntou a Marçal poque ele não gosta de mulher, e relembrou a frase terrível de Marçal de que o crânio da mulher é menor”. E que as mulheres, para se tornarem mais inteligentes, teriam de “expandir o crânio”.
Mônica Waldvogel Disse que Pablo Marçal tentou mostrar “sobriedade” no debate, sem apontar vendedores ou perdedores.
COMENTARISTA DO GLOBO
Bela Megale Tabata e Boulos apresentaram as propostas mais consistentes e “Datena seguiu com falas vagas e frases feitas sobre segurança pública”.
Vera Magalhães “Guilherme Boulos e Tabata Amaral venceram o debate da Globo. Teria sido “mais efetivos”, tanto em levar propostas quanto em causar danos aos adversários.
Pedro Doria “Tabata Amaral foi a mais assertiva dentre todos os candidatos, como de hábito preparada para o debate”.
Malu Gaspar “Não houve momentos com impacto para alterar demais o cenário de empate triplo na liderança (mostrado pelo Datafolha)”.
Pablo Ortellado “Cada um fez seu jogo; não houve vencedor claro.”
Fato e opinião
Observem como cada jornalista vê o mesmo fato de forma diferente. Talvez por isso alguns dizem que a “verdade” não existe, que cada um teria a sua. Mas existe um fato inescapável, aconteceu o debate, e cada um dos concorrentes expôs seu pensamento. Essa é a verdade factual.
Opinião é como cada um vê um fato concreto. “Você tem direito às suas próprias opiniões, mas não tem direito a seus próprios fatos.” Frase atribuída a Daniel Patrick Moynihan (1927-2003), senador americano.
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