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Malafaia fala a verdade sobre Bolsonaro e Marçal
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Plínio Bortolotti integra do Conselho Editorial do O POVO e participa de sua equipe de editorialistas. Mantém esta coluna, é comentarista e debatedor na rádio O POVO/CBN. Também coordenada curso Novos Talentos, de treinamento em Jornalismo. Foi ombudsman do jornal por três mandatos (2005/2007). Pós-graduado (especialização) em Teoria da Comunicação e da Imagem pela Universidade Federal do Ceará (UFC).

Malafaia fala a verdade sobre Bolsonaro e Marçal

Os defeitos de caráter do ex-presidente são antigos; o "coach", por sua vez, não dirige um grupo político, mas uma seita profana, da qual ele é o pastor desigrejado e obsceno
Silas Malafaia, pastor (Foto: Lula Marques/Agência Brasil)
Foto: Lula Marques/Agência Brasil Silas Malafaia, pastor

É duro admitir, mas contrito o faço: o pastor Silas Malafaia fala a verdade. No seu estilo gritalhão, em entrevista à jornalista Mônica Bergamo, ele atribuiu as seguintes desqualificações a seu aliado Jair Bolsonaro: “covarde”, “omisso” e “porcaria de líder”. Ao “coach” Pablo Marçal (PRTB), derrotado no primeiro turno das eleições paulistanas, remeteu os seguintes torpedos: “canalha”, “mau-caráter” e falsificador de documentos.

Malafaia está irado com o comportamento de Bolsonaro, que fazia duplas sinalizações em direção aos candidatos de São Paulo, Marçal e o prefeito Ricardo Nunes (MDB), ambos representantes da extrema direita. E também no Paraná, onde o candidato oficial do bolsonarismo é Eduardo Pimentel (PSD), mas Bolsonaro teria autorizado a candidata Cristina Graeml (PMB), do mesmo campo ideológico, a “usar” o nome dele. Os dois disputam o segundo turno.

“Gente, isso não é papel de um líder da direita de nível maior. Eu apoio Bolsonaro, mas eu já disse, eu sou aliado, não alienado”, continuou um indignado Malafaia, esquecendo que essa é a prática comum do ex-presidente. Ele usa as pessoas, sem respeitar ninguém, nem mesmo os que lhe são próximos, exclusive a família dele, muito bem tratada, afinal “não tem filé mignon para todo mundo”.

Os avisos sobre a infâmia de Bolsonaro vêm de longe. Em entrevista no ano de 1993, Ernesto Geisel, o quarto presidente da ditadura, classificou-o como “mau militar”, que pedia um novo golpe.

Quando assumiu a Presidência, abandonou alguns de seus principais aliados. Os dois primeiros deixados para trás foram Gustavo Bebbiano, a primeira pessoa que incentivou a disputar a Presidência, e Paulo Marinho, um milionário, em cuja mansão era gravada a propaganda eleitoral bolsonarista. Seguiram-se Carla Zambelli, Joice Hasselmann e o coronel Mauro Cid, o ajudante de ordens, encarregado das muambas do chefe.

Pablo Marçal, por sua vez, não dirige um grupo político, mas uma seita profana, da qual ele é o pastor desigrejado e obsceno.

Quanto a Malafaia, é de se perguntar porque um sujeito esperto como ele só foi perceber agora os graves defeitos de caráter de Bolsonaro?

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