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Bolsonaro manda avisar que está vivo
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Plínio Bortolotti integra do Conselho Editorial do O POVO e participa de sua equipe de editorialistas. Mantém esta coluna, é comentarista e debatedor na rádio O POVO/CBN. Também coordenada curso Novos Talentos, de treinamento em Jornalismo. Foi ombudsman do jornal por três mandatos (2005/2007). Pós-graduado (especialização) em Teoria da Comunicação e da Imagem pela Universidade Federal do Ceará (UFC).

Bolsonaro manda avisar que está vivo

Em entrevista à revista Veja, ao ser perguntado quem apoiaria para presidente em 2026, o ex-presidente inelegível respondeu : "Falam em vários nomes (...) Mas eu só falo depois de enterrado (sic). Estou vivo. Com todo o respeito, chance só tenho eu, o resto não tem nome nacional. O candidato sou eu". Foi bom ter lembrado que não passou dessa para a pior, mas falta agora combinar com os russos

Há divergências quanto ao status de Jair Bolsonaro após as eleições de outubro, se ele saiu vencedor ou perdedor da refrega.

Porém, é incontroverso que surgiram outros líderes da direita extremista, que desafiam a sua autoridade. Mesmo porque, como disse seu aliado, o pastor Silas Malafaia, o ex-presidente revelou-se uma "porcaria de líder", pois em vez de ir à frente nas recentes eleições, preferiu o conforto da retaguarda, esperando para ver para qual barco pularia.

Sentindo-se ameaçado, Bolsonaro resolveu anunciar que não está morto, e pronto para ser candidato a presidente em 2026, apesar de inelegível. Em entrevista à revista Veja (1º/11/2024), ao ser perguntado quem apoiaria em 2026, o inelegível respondeu:

“Falam em vários nomes (...) Mas eu só falo depois de enterrado (sic). Estou vivo. Com todo o respeito, chance só tenho eu, o resto não tem nome nacional. O candidato sou eu”. Falta agora combinar com os russos,

Além da inelegibilidade determinada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), correm contra ele mais quatro processos no Supremo Tribunal Federal (STF), e outro logo entrará em pauta: o que investiga sua participação na tentativa de golpe de Estado.

Portanto, será difícil que escape dos “longos braços da lei”, como se dizia antigamente.

Acossado pela Justiça, Bolsonaro bota fé na anistia pelos atos golpistas de 8 de janeiro. Sob a desculpa de anistiar as velhinhas com bíblia embaixo, que participaram inocentemente da depredação do Palácio do Planalto, do Congresso Nacional e da sede do STF.

Como sempre faz, Bolsonaro usa uma tramoia para levar vantagem. Se, eventualmente, a anistia sair somente para ele, adeus discurso hipócrita de que a luta é pelos “inocentes”.

Veja abaixo o enrosco de processos que Bolsonaro teria de vencer para ficar elegível para 2026, pelo menos pela via judicial.

TSE
Condenado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) por abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação, durante uma reunião que ele convocou com embaixadores estrangeiros, quando pôs em dúvida a integridade do sistema eleitoral brasileiro.

STF
1. Caso das joias das arábias, na qual ele teria vendido os presentes para ficar com o dinheiro.
2. fraude na caderneta de vacinação da Covid-19.
3. Fake news e ameaças contra o STF
4. Um cada vez mais próximo indiciamento por tentativa de golpe de Estado.
5. Antigo processo, com a acusação de interferência na Polícia Federal, denúncia feita pelo senador Sergio Moro, quando deixou o cargo de ministro da Justiça de Bolsonaro.

 

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