Plínio Bortolotti integra do Conselho Editorial do O POVO e participa de sua equipe de editorialistas. Mantém esta coluna, é comentarista e debatedor na rádio O POVO/CBN. Também coordenada curso Novos Talentos, de treinamento em Jornalismo. Foi ombudsman do jornal por três mandatos (2005/2007). Pós-graduado (especialização) em Teoria da Comunicação e da Imagem pela Universidade Federal do Ceará (UFC).
Para o general Hamilton Mourão, vice no governo Bolsonaro, foi uma "conspiração bem tabajara", "um troço sem pé nem cabeça","conversas de WhatsApp", um "pensamento" sem consequências
Tornou-se impossível, mesmo para seus adeptos, negar que o ex-presidente Jair Bolsonaro participou de uma tentativa de golpe de Estado para impedir a posse do presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva.
Isto é, pelo menos para aqueles aliados do ex-presidente que ainda não se transformaram em completos zumbis, atacados fatalmente pela dissonância cognitiva.
Para essas almas (penadas), Bolsonaro nunca deixou de agir dentro das “quatro linhas” da Constituição, na sua ingente luta em defesa da pátria (militar) e da família (dele).
Essa turma acredita que Papai Noel é comunista, pelo traje vermelho; canta o hino nacional para pneu; pede socorro a extraterrestres, e defende que o artigo 142 da Constituição presenteia os militares com o poder moderador.
Portanto, estão na casa do sem jeito. Vamos deixá-los em sua auriverde realidade paralela, guardados pelo punhal verde e amarelo.
Entretanto, um setor do bolsonarismo já percebeu que negar o óbvio tornou-se ridículo — tipo insistir que a terra é plana — e mudou o discurso.
É o caso do senador Hamilton Mourão (Republicanos), general, vice de Bolsonaro quando ele exercia a Presidência. Ele não nega o golpe, mas como o Chávez (mexicano), diz que foi sem querer querendo. Para Mourão, foi uma “conspiração bem tabajara”, “um troço sem pé nem cabeça”, “conversas de WhatsApp”. Para ele, tudo não passou de "pensamento", como declarou ao Uol e ao jornal O Globo.
Mas o caso é que dos 40 indiciados pela Polícia Federal, 27 são militares; oito deles estão presos, entre os quais o general Braga Netto, vice na chapa derrotada de Bolsonaro.
Mas, ainda que fosse crível o que Mourão declara, a situação permanece caricata. Que tipo de militares as Forças Armadas formam que, em meio a uma crise, dedicam-se a brincar de "War", bolando planos mirabolantes para assassinar Lula, seu vice Alckmin e o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes?
Se essa tese prosperar, o melhor que um magistrado pode fazer, ao julgar o caso, é declarar esses conspiradores inimputáveis, porém perigosos, impondo medidas de segurança para afastá-los do convívio social.
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