Plínio Bortolotti integra do Conselho Editorial do O POVO e participa de sua equipe de editorialistas. Mantém esta coluna, é comentarista e debatedor na rádio O POVO/CBN. Também coordenada curso Novos Talentos, de treinamento em Jornalismo. Foi ombudsman do jornal por três mandatos (2005/2007). Pós-graduado (especialização) em Teoria da Comunicação e da Imagem pela Universidade Federal do Ceará (UFC).
Há controvérsias dentro da própria legenda quanto à tese da juventude perpétua, defendida por Lula. Inclusive declarações anteriores do próprio presidente
Foto: Reprodução/Youtube PT
Evandro Leitão, prefeito de Fortaleza, falou em evento do aniversário de 45 anos do PT
O Partido dos Trabalhadores chega aos 45 anos com uma sombra que o acompanha há pelo menos 10 anos: o envelhecimento de seus quadros e de suas propostas.
Diversos teóricos, líderes e simpatizantes petistas já fizeram esse diagnóstico, mas o problema persiste, sem que seus integrantes saibam (ou queiram) resolver o problema. E, como ensina o velho Marx, a teoria sem a prática é inócua.
Em seu discurso na celebração do aniversário do PT, realizada no sábado (22/2/2025), no Rio, Lula reconheceu o envelhecimento por vias tortas, ao dizer que “um partido não envelhece nunca”, mas ressalvando que o PT precisa “voltar a dialogar com a periferia”.
Há controvérsias dentro da própria legenda quanto à tese da juventude perpétua, defendida por Lula. Inclusive declarações anteriores do próprio presidente.
Em junho de 2015, fora da presidência da República, ele fez dura crítica ao partido, que teria perdido a “utopia”. E reclamou “do vício de um partido que cresceu e chegou ao poder”, cujos líderes estariam mais preocupados com “cargos” e com suas próprias eleições. (Esse aspecto teria melhorado ou piorado?)
Em abril do mesmo ano, um documento da ala majoritária do PT cravou, em documento para debate no 5º Congresso do Partido:
“Estamos sofrendo, há algum tempo, um processo de envelhecimento que não nos trouxe a maturidade suficiente. Apenas perdemos o frescor da juventude”. Veja-se, portanto, que o prognóstico tem mais de uma década.
Puxando mais para perto, no aniversário de 44 anos do partido, Ricardo Kotscho, em sua coluna no Uol, observou o "envelhecimento dos principais dirigentes do partido", presentes na comemoração, apontando a necessidade de renovação.
Kotscho foi secretário Secretário de Imprensa e Divulgação da Presidência do primeiro governo Lula e é velho amigo do presidente.
Mas, observou o jornalista, “a questão não é só a faixa etária”, mas também haviam envelhecido “os discursos, as bandeiras e os projetos do partido, num mundo em profunda transformação”.
De qualquer forma, o PT continua a ser o único partido orgânico da cena política brasileira. Até quando? A legenda vai superar a crise do envelhecimento?
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