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Brasil cai no índice de democracia
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Plínio Bortolotti integra do Conselho Editorial do O POVO e participa de sua equipe de editorialistas. Mantém esta coluna, é comentarista e debatedor na rádio O POVO/CBN. Também coordenada curso Novos Talentos, de treinamento em Jornalismo. Foi ombudsman do jornal por três mandatos (2005/2007). Pós-graduado (especialização) em Teoria da Comunicação e da Imagem pela Universidade Federal do Ceará (UFC).

Brasil cai no índice de democracia

O país perdeu seis posições em relação a 2023, passando do 51º lugar para o 57º, em um ranking com 167 nações
Congressistas brasileiros e americanos discutem ataques à democracia (Foto: © Lula Marques/ Agência Brasil)
Foto: © Lula Marques/ Agência Brasil Congressistas brasileiros e americanos discutem ataques à democracia

A revista britânica The Economist divulga todo ano, desde 2006, um “índice de democracia”, preparado pela sua divisão de pesquisa. O levantamento referente ao ano passado indica que o Brasil caiu seis posições em relação a 2023, passando do 51º lugar para o 57º, em um ranking com 167 países, classificado como uma “democracia falha”.

Segundo a pesquisa, 25 países foram classificados como democracia plena; 46 como democracia falha; 36 regime híbrido e 60 autoritários.

Entre os motivos para a queda no índice brasileiro, segundo o relatório da Economist, está a “polarização”, que teria levado a politização para o interior das instituições, provocando o aumento da violência política, como o ataque do “homem bomba” nas proximidades do Supremo Tribunal Federal (STF).

Também foram listadas entre as causas para o Brasil perder pontos investigações “controversas” do STF sobre ataques de desinformação contra instituições eleitorais e ameaças contra ministros do Supremo.

Esses processos conduzidos pelo STF, segundo a revista, atingiram, na maioria das vezes, ativistas de direita. O relatório cita ainda o bloqueio da plataforma X, considerando uma “restrição excessiva” à liberdade de expressão, principalmente durante uma campanha eleitoral.

Novas informações sobre a tentativa de golpe de Estado em 2022 para impedir a posse do presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, e ameaças a ministros do STF também contribuíram para a pontuação negativa.

Como acontece com todas as pesquisas, essa também será objeto de discórdia. A esquerda argumenta que o X foi seguidamente advertido para cumprir ordens judiciais, antes do bloqueio, e que agiu em desafio aberto às leis brasileiras, por isso a decisão radical da Justiça.

A direita (e sua extrema) por sua vez vai partir para cima do PT como se o partido estivesse com um pé no regime autoritário, esquecendo a tentativa de golpe de Estado.

Mas, sem dúvida, o STF contribuiria para distensionar o ambiente se fizesse um balanço revisando alguns de seus procedimentos e, principalmente, guardasse distância regulamentar da política, principalmente alguns ministros mais falantes.

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